Em entrevista ao Nascer do SOL, antes das eleições de domingo, o líder da coligação Somos Madeira já tinha admitido a possibilidade de fazer acordo com a IL se não conseguisse maioria absoluta nas urnas, mas mantinha reservas sobre esta solução por considerar que os liberais poderiam não conseguir um mandato. Algo que não se confirmou, com a eleição do cabeça de lista, Nuno Morna.
As conversações com o PAN e a IL vão intensificar-se durante esta terça-feira, mas terão começado ainda na noite eleitoral e nada está fechado. Mas tudo aponta que o PAN está mais próximo de chegar a um acordo, que ainda não se sabe se será de governo ou de incidência parlamentar.
Apesar de a IL ser o aliado mais óbvio do PSD, os sociais-democratas não escondem a desconfiança relativamente a Nuno Morna, uma vez que os liberais sempre disseram que não aceitariam integrar um governo, mas antes negociar orçamento a orçamento – situação que no futuro pode representar um risco para a estabilidade governativa. Além disso, o CDS pode não estar inclinado à possibilidade de dar poder à IL, dado que os dois partidos disputam o mesmo eleitorado.
Neste cenário, é mais fácil chegar a um entendimento com Mónica Freitas, a nova deputada do partido ambientalista, que se estreia no parlamento regional aos 27 anos. De resto, a porta-voz nacional do PAN, Inês Sousa Real, também manifestou, em declarações à Rádio Observador na noite de domingo, a disponibilidade do PAN “para ouvir” o PSD sobre soluções que dessem “estabilidade” à região.
A hipótese de um acordo com o PAN foi também entendida por Pedro Santana Lopes como a solução mais “fácil” para garantir a governabilidade na Madeira.