Orbán assegura a Putin que “nenhum dirigente europeu quer a guerra”

Orbán assegura a Putin que “nenhum dirigente europeu quer a guerra”


O chefe de Governo conservador da Hungria tinha prometido que iria consultar os seus aliados na União Europeia (UE) e na NATO antes da deslocação à Rússia.


O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, referiu hoje durante um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, que "nenhum dirigente europeu quer a guerra", numa alusão às tensões em torno da Ucrânia.

"Nenhum dirigente europeu quer a guerra. Somos a favor de acordos pacíficos", disse Orbán no início do encontro com Putin.

O chefe de Governo conservador da Hungria tinha prometido que iria consultar os seus aliados na União Europeia (UE) e na NATO antes da deslocação à Rússia.

Esta deslocação, muito contestada pela oposição húngara que chegou a pedir o seu cancelamento, acontece a cerca de três meses da realização de eleições legislativas na Hungria, nas quais Orbán irá enfrentar um candidato único da oposição.

Ao contrário de outros países da região como a Polónia, Estados do Báltico, Roménia ou Bulgária, a Hungria não manifestou nas últimas semanas um claro apoio à Ucrânia no seu conflito fronteiriço com Moscovo.

Recentemente, o chefe da diplomacia húngara, Péter Szijjártó, assegurou que o seu país não apoiará Kiev enquanto prosseguir a discriminação da minoria magiar na Ucrânia, calculada em 150.000 pessoas.

De acordo com os 'media', Orbán pretende reforçar a cooperação económica com a Rússia antes do crucial escrutínio de abril, onde a oposição unida poderá impor o seu afastamento do poder.

Na segunda-feira, o Kremlin (Presidência russa) elogiou a independência do dirigente húngaro em termos de opções diplomáticas.

"Devemos sublinhar a posição independente da Hungria na hora de satisfazer os seus próprios interesses e eleger os seus parceiros", indicou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.

Hoje, Putin elogiou Orbán pelo seu empenho "em favor dos interesses da Hungria e da Federação da Rússia", mas assegurou que Moscovo irá manter contactos estreitos "com quem for eleito primeiro-ministro" da Hungria.

Em resposta, Orbán garantiu que pretende vencer as eleições de abril e "cooperar com a Rússia durante muitos anos".

Os dois dirigentes têm prevista uma conferência de imprensa conjunta para hoje à tarde.