O matador de leões!


Minutos antes, no banco de Portugal, nessa noite quente de 1 de Julho de 2006, havia uma serenidade absoluta. O Figo praticamente bocejou quando fez a pergunta: “Ò Ricardo, pelo menos duas defendes, não é?”. Não defendeu duas: defendeu três. 


Vocês já viram o medo?! Eu já. Para ser absolutamente correcto, não era medo: era pavor. Como se mil flautas de Pã tocassem ao mesmo tempo pelas bancadas de Gelsenkirshen. Convenhamos: nem Lampard, nem Gerrard nem Carragher eram meninos de berço, embalados por uma qualquer monótona lulaby à voz de uma nanny do género da Mary Poppins. Eram tipos de barba rija, habituados às mais duras das batalhas, como Lord Nelson ou o flibusteiro capitão Kid. E, no entanto, eu, ali a poucos metros do lugar onde colocavam a bola para partirem na corrida que se concluía no pontapé de penálti, pareciam-me meninos de escola com dúvidas se já não teriam sujado os cueiros. Minutos antes, no banco de Portugal, nessa noite quente de 1 de Julho de 2006, havia uma serenidade absoluta. O Figo praticamente bocejou quando fez a pergunta: “Ò Ricardo, pelo menos duas defendes, não é?”. Não defendeu duas: defendeu três. Ainda hoje algo de inédito num Campeonato do Mundo. 

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