Quando a Europa esquece a primeira lição


Bastaram poucas semanas para o argumento da testagem, importante mas que, em termos práticos, não explica tudo, ser vencido de vez pela evidência de que os surtos de covid-19 aparecem mesmo nos países que reportam menos novos casos nos últimos 14 dias, nem sempre são fáceis de controlar, os comportamentos das pessoas são importantes mas…


Depois de um momento em que Portugal parecia o mau aluno do desconfinamento, já se percebeu que o vírus não desapareceu em nenhum país europeu e que todos continuam vulneráveis a surtos porque o vírus circula, as pessoas deslocam-se e a vigilância e a capacidade de intervenção são determinantes. 

Bastaram poucas semanas para o argumento da testagem, importante mas que, em termos práticos, não explica tudo, ser vencido de vez pela evidência de que os surtos de covid-19 aparecem mesmo nos países que reportam menos novos casos nos últimos 14 dias, nem sempre são fáceis de controlar, os comportamentos das pessoas são importantes mas também as suas condições de vida e a rapidez de atuação. Magda Campins, epidemiologista do maior hospital da Catalunha, questionada ontem sobre o que aconteceu em Lérida, foi direta: “Provavelmente, não se previu que haveria um volume de pessoas que viria de fora trabalhar na fruta, com condições desfavoráveis e que podiam estar infetadas. Não se adotou nenhuma medida preventiva nem do ponto de vista sanitário nem social. E quando se começaram a detetar as infeções, o seguimento de casos e contactos era difícil porque alguns tinham de estar em isolamento e escapavam porque precisavam de um salário. Tanto a deteção precoce como o seguimento de casos foram difíceis e os recursos da saúde pública em Lérida são insuficientes”, disse ao El País. Soa a alguma coisa?

Muito se falou do sucesso (e sorte) de Portugal na primeira fase da resposta à epidemia (…). A disputa pela retoma turística parece ter feito esquecer a primeira lição sobre a importância de aproveitar a experiência de outros países para enfrentar a incerteza de uma epidemia que o verão não colocou em pausa. Espanha, se a preocupação fosse aprendermos uns com os outros e não iludir o problema, poderia ter olhado para Lisboa. 

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Quando a Europa esquece a primeira lição


Bastaram poucas semanas para o argumento da testagem, importante mas que, em termos práticos, não explica tudo, ser vencido de vez pela evidência de que os surtos de covid-19 aparecem mesmo nos países que reportam menos novos casos nos últimos 14 dias, nem sempre são fáceis de controlar, os comportamentos das pessoas são importantes mas…


Depois de um momento em que Portugal parecia o mau aluno do desconfinamento, já se percebeu que o vírus não desapareceu em nenhum país europeu e que todos continuam vulneráveis a surtos porque o vírus circula, as pessoas deslocam-se e a vigilância e a capacidade de intervenção são determinantes. 

Bastaram poucas semanas para o argumento da testagem, importante mas que, em termos práticos, não explica tudo, ser vencido de vez pela evidência de que os surtos de covid-19 aparecem mesmo nos países que reportam menos novos casos nos últimos 14 dias, nem sempre são fáceis de controlar, os comportamentos das pessoas são importantes mas também as suas condições de vida e a rapidez de atuação. Magda Campins, epidemiologista do maior hospital da Catalunha, questionada ontem sobre o que aconteceu em Lérida, foi direta: “Provavelmente, não se previu que haveria um volume de pessoas que viria de fora trabalhar na fruta, com condições desfavoráveis e que podiam estar infetadas. Não se adotou nenhuma medida preventiva nem do ponto de vista sanitário nem social. E quando se começaram a detetar as infeções, o seguimento de casos e contactos era difícil porque alguns tinham de estar em isolamento e escapavam porque precisavam de um salário. Tanto a deteção precoce como o seguimento de casos foram difíceis e os recursos da saúde pública em Lérida são insuficientes”, disse ao El País. Soa a alguma coisa?

Muito se falou do sucesso (e sorte) de Portugal na primeira fase da resposta à epidemia (…). A disputa pela retoma turística parece ter feito esquecer a primeira lição sobre a importância de aproveitar a experiência de outros países para enfrentar a incerteza de uma epidemia que o verão não colocou em pausa. Espanha, se a preocupação fosse aprendermos uns com os outros e não iludir o problema, poderia ter olhado para Lisboa. 

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