Os efeitos do distanciamento social e do isolamento na violência doméstica – crime público que tem, neste momento, prioridade de intervenção por parte das autoridades – não são ainda claros. E, desde o início da pandemia que a PSP tem dado “uma ainda maior atenção e cuidado na sua análise e resposta”. “O confinamento domiciliário que as famílias observaram era suscetível de propiciar condições particularmente gravosas para que esse crime ganhasse novos contornos de invisibilidade, contrariando o esforço realizado ao longo de vários anos”, explicou a PSP em comunicado.
Ainda assim, durante o período de confinamento obrigatório – de 22 de março a 2 de maio – foi registada uma diminuição das denúncias de violência doméstica de 33%, comparativamente ao ano passado. Em 2020, 1277 pessoas apresentaram queixa à PSP e em 2019 o número foi de 1908 – para a PSP, esta é “uma descida particularmente acentuada”. Durante este período em que foi pedido aos portugueses para ficarem em casa, verificou-se uma quebra de denúncias de violência entre cônjuges de 22% e entre ex-cônjuges de 55%.
Agora, em estado de calamidade, a tendência mantém-se: Entre os dias 3 e 7 de maio, verificou-se uma “diminuição de 30% das participações por violência doméstica, com 157 ocorrências em 2020 e 225 em 2019”, avançou a PSP.
Face à diminuição de denúncias por violência doméstica, em entrevista ao SOL, há uns dias, Hugo Guinote, responsável pela divisão de policiamento de proximidade da PSP, explicou que a PSP olha para estes números com “muita cautela”.
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