As conferências do Estoril, que começam hoje e decorrem até sexta-feira no Centro de Congressos, têm como principal lema “Desafios globais, respostas locais”. Nos próximos três dias, os especialistas vão abordar os temas da educação, desenvolvimento e desigualdades. O primeiro dia será ocupado pelos oradores que vão debater o futuro da educação. No painel estará o reitor de uma universidade de Roterdão, Steef van de Velde, Fons Trompenaars, do Centro de Investigação e Pesquisa de Amesterdão, e Heiko Hutmacher, do Metro Group. O reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, também foi convidado para estar presente durante a manhã.
Os temas da tarde devem suscitar maior interesse devido à participação do antigo primeiro-ministro grego Georgios Papandreou, para falar sobre as lições da recente crise grega. A intervenção de Papandreou vai ser moderada por Jorge Braga de Macedo. Após as explicações do ex-chefe de governo da Grécia, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, fará um discurso de meia hora. A sessão vespertina começa com o autor do livro “The End of Power”, Moisés Naim. A antiga jornalista de várias televisões norte-americanas Elisabeth Wahl tem uma pequena entrevista de 45 minutos com Nuno Rogeiro. A jornalista norte-americana ficou conhecida por ter apresentado a sua demissão devido à cobertura distorcida do conflito na Ucrânia pela RT-TV.
O papel da União Europeia no mundo globalizado é o tema principal de quinta-feira. As intervenções ficam a cabo do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso, do antigo secretário-geral da NATO Anders Fogh Rasmussen e do diplomata João Vale de Almeida, que ocupou durante os últimos quatro anos o cargo de embaixador da União Europeia nos Estados Unidos da América. Durante a manhã, o economista Gunter Pauli tenta encontrar novas formas de promoção do crescimento económico. Ao longo do dia também serão discutidos os problemas das desigualdades.
Na sexta-feira, a qualidade da democracia e o diálogo entre as religiões encerram as conferências. O primeiro painel é composto pelo presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Eduardo Cunha, Christopher Walker, do International Forum for Democratic Studies, e o fundador do primeiro partido-pirata, Rickard Falkvinge. A religião ocupa a tarde de sexta-feira no Estoril. O jornalista Henrique Cymerman modera um debate que conta com a presença do xeque David Munir e do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. O reitor do Seminário Rabínico Latino-Americano, Abraham Skorka, completa um painel cujo objectivo passa por explicar as várias tendências religiosas. O escritor e professor da Universidade de Stanford Francis Fukuyama vai fazer um discurso de 30 minutos a meio da tarde. O mestre do xadrez Garry Kasparov é o último orador das Conferências do Estoril em 2015.
CONFIANÇA O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, garantiu ao i que “as conferências vão continuar a cumprir os objectivos que foram estabelecidos após a primeira edição”. A quarta edição das Conferências do Estoril aposta na discussão de três áreas fundamentais que estão na ordem do dia. O autarca aponta a “educação, a economia e a democracia” como os temas mais importantes nos próximos tempos.
Os assuntos em debate contam com a participação de vários oradores de luxo como são Durão Barroso, Georgios Papandreou, Anders Fogh Rasmussen e Francis Fukuyama. No entendimento de Carlos Carreiras, os oradores não são melhores de ano para ano porque o factor de distinção “não é a qualidade, mas o cumprimento dos objectivos pela organização”. O autarca revela: “Já fomos surpreendidos por aqueles que suscitavam menos expectativas.”