Já são conhecidos os cabeças de lista da Iniciativa Liberal às eleições legislativas. Os nomes serão apresentados ao Conselho Nacional (CN) do partido já no próximo domingo. Mas militantes do partido ouvidos pelo Nascer do SOL não se mostram surpreendidos com as apostas até agora conhecidas, mas há quem critique as escolhas por pertencerem ao núcleo duro da Comissão Executiva.
Ao que o nosso jornal apurou, ainda não foi partilhada a informação com os conselheiros nacionais em relação aos outros elementos que vão compor as listas, o que para muitos militantes está a ‘violar’ o regimento do Conselho Nacional que prevê que toda a documentação referente aos pontos da Ordem de Trabalhos deve ser enviada aos membros do CN com a antecedência mínima de cinco dias.
O presidente do partido será novamente cabeça de lista pelo círculo de Braga. «Rui Rocha foi cabeça de lista pelo distrito de Braga nas eleições legislativas de 2022 e 2024, tendo duplicado a votação do partido neste último ato eleitoral», disse fonte oficial da Iniciativa Liberal.
Já Mariana Leitão, que também foi a escolha para as Presidenciais, será cabeça de lista por Lisboa. «A atual líder parlamentar sabe que nunca irá ser eleita para a Presidência e não há mal nisso e é normal que alguém que está a fazer um serviço ao partido venha dizer: ‘Posso me candidatar para Belém, mas sabendo que não tenho hipótese não quero sair de deputada’», referem as mesmas fontes.
Carlos Guimarães Pinto, mantém-se como cabeça de lista pelo círculo do Porto. Uma escolha que é vista por muitos como «o sebastianismo de muitos militantes». Recorde-se que o atual deputado já foi líder da IL e internamente o seu nome chegou a ser apontado para as Presidenciais. Uma ideia que foi sempre descartada e, em entrevista ao Nascer do SOL, chegou a reconhecer que não tinha perfil para esse tipo de campanha. «Tenho uma reação visceral a esse tipo de campanhas».
Já Joana Cordeiro foi a escolha por Setúbal e Mário Amorim Lopes para Aveiro. André Abrantes Amaral será cabeça de lista por Leiria, Manuel Lemos por Faro, Ana Moura pelo círculo da Europa e Christian Höhn pelo círculo fora da Europa.
Blanco de fora
O antigo vice-presidente da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, não surge na lista das próximas eleições, abandonando assim o Parlamento ao fim de seis anos, depois de ter desempenhado primeiro funções de assessor e depois de deputado. Ao nosso jornal, fontes próximas do partido admitem que esta ausência não causa qualquer surpresa, uma vez que o agora eleito conselheiro nacional não tem escondido a sua ambição em torno de ser o futuro líder do partido.
«Bernardo Blanco está atualmente numa startup de inteligência artificial como angariador de capital e é bom porque precisa de ganhar experiência fora da política e, para já, ter ambição de ser líder daqui a dois anos, mas até lá, tudo vai depender da forma como vai evoluir em termos profissionais fora da política». E acrescentam: «Blanco tem pouca experiência, tem um potencial interessante, mas tem de dar provas até lá».
É certo que, nos últimos dias, Bernardo Blanco tem-se vindo a multiplicar em explicações, afirmando que tem como objetivo lançar um projeto cívico e dedicar-se ao setor privado, afastando a ideia de que a sua saída representa um «abandono» do partido e acenando com um regresso à Assembleia da República.
