O porta-voz do Livre afirmou, esta quinta-feira, que só debate com a coligação PSD/CDS-PP se esta for representada por Luís Montenegro, recusando fazê-lo se for com Nuno Melo, porque ao contrário dos restantes líderes partidários, “não é candidato a primeiro-ministro”.
“Tenho todo o gosto em debater com o Nuno Melo, tenho 15 anos de debates com o Nuno Melo (…), mas para isso o Nuno Melo teria que ter a coragem de se apresentar a eleições como candidato a primeiro-ministro e ir sozinho para eleições. Não é isso que ele é agora e, portanto, não é nesses debates que o Nuno Melo tem que estar”, afirmou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas, na sede do Livre, em Lisboa.
Rui Tavares deixou ainda uma crítica aos partidos que “estejam a aceitar os termos que Luís Montenegro quer impor”, nomeadamente o líder do PS, Pedro Nuno Santos, e do PCP, Paulo Raimundo.
O líder do Livre disse mesmo que esperava que estes partidos recusassem o debate com a coligação PSD/CDS-PP “por uma questão de hombridade” e para garantir que todos são julgado “pela mesma bitola”.
Mas as críticas não foram apenas dirigidas ao PS e ao PCP, o porta-voz do Livre também lamenta que os diretores das televisões “não estejam neste momento a dizer a Luís Montenegro que ou aceita debates nos termos que são iguais para todos os candidatos a primeiro-ministro ou então não pode ir a debates”.
“Os termos dos debates, em qualquer país civilizado e democrático do mundo, são estabelecidos em conjunto, coletivamente, e um dos interlocutores ter o direito de mudar as regras do jogo tem um nome muito fácil, mas também muito feio, que é batota. E nós não devemos deixar Luís Montenegro escapar com a sua batota”, frisou.
Para Rui Tavares, a razão pela qual Luís Montenegro não quer debater com ele está relacionada com a empresa familiar. O presidente do Livre considera que o primeiro-ministro não quer esclarecer a decisão de não ter entregado a Spinumviva a uma gestão profissional independente.
“Essa pergunta deita abaixo todos os argumentos de Luís Montenegro para ter agido como agiu. Porque a sua família estaria defendida, a empresa voltaria à sua esfera familiar no fim do seu mandato como primeiro-ministro”, acrescentou.