O governador do Banco de Portugal (BdP) defendeu esta quarta-feira que os europeus “têm de estar disponíveis” para travar a guerra na Europa. Mário Centeno lembrou que uma guerra precisa de investimentos e recursos.
“Nós vivemos na Europa, somos parte da Europa. A Europa tem uma guerra que tem de vencer. A guerra é na Europa, não é em mais nenhum sítio do mundo. Essa vitória que queremos, nessa dimensão, precisa de investimentos, precisa de recursos, e os europeus têm de estar disponíveis para a travar”, afirmou Centeno.
No encerramento do Fórum da Banca, que se realizou esta quinta-feira em Lisboa, o governador do BdP registou que a Europa já identificou outras transições, para as quais se adaptou – como nos casos das transições energética e digital.
Nesse sentido, apontou que as reformas necessárias devem ser feitas num contexto, quer na perspetiva europeia, quer na perspetiva nacional, de estabilidade orçamental.
A nível nacional, Centeno voltou a alertar para a necessidade de haver um acautelamento.
“Gozamos, e bem, de uma situação cíclica muito positiva em Portugal”, apontou, lembrando que no resto da Europa esta situação já não se verifica.
O governador, cujo mandato termina em junho, considerou que não deve haver complacência e não se pode pensar que a situação cíclica “se vai perpetuar”.
Mário Centeno disse ainda que Portugal beneficia de uma situação “orçamental, financeira e económica invejável”, assinalando que “podemos ser ambiciosos, hoje, coisa que no passado dificilmente conseguíamos ser”.