Enquanto aguarda que as instâncias europeias aprovem a compra pela Liberty Media, o MotoGP ganha importância no desporto motorizado mundial. Onze equipas e 22 pilotos vão disputar 22 Grandes Prémios e idêntico número de corridas Sprint, em cinco continentes, com dois novos circuitos: Brno (República Checa) e Balaton Park (Hungria), e o regresso de Termas de Río Hondo (Argentina). É uma época longa que começa na Tailândia, com novas cores, novas equipas e mudanças de pilotos, e passa pelo Autódromo Internacional do Algarve, no fim de semana de 7 a 9 de novembro. O facto de ser a penúltima prova pode ter o aliciante de decidir o título mundial. Além da categoria rainha, os 22 eventos incluem as corridas de Moto 2 e Moto 3. O Mundial de Moto E (motos elétricas) vai ter sete provas e termina em Portimão.
Duelos explosivos
Há importantes mudanças no line up das equipas para 2025. Marc Márquez, hexacampeão do mundo de MotoGP, vai juntar-se ao bicampeão Francesco Bagnaia na equipa oficial da Ducati. Um dream team que já ganhou 11 campeonatos do mundo em todas as categorias e 91 corridas! e que promete duelos escaldantes ao longo da época. A Ducati vai procurar vencer 14 Grandes Prémios e bater o recorde de vitórias numa época (13) que pertence à Honda. Bagnaia demonstrou grande confiança e afirmou, sem rodeios, que é o principal candidato ao título. Márquez mostrou-se cauteloso, coisa pouco habitual nele, e considerou que Bagnaia e o seu irmão Alex são favoritos a vencer o Mundial.
O campeão do mundo Jorge Martin mudou de cores e vai reforçar a equipa oficial da Aprilia. Começou mal com uma queda violenta no primeiro dia de teste e não participou no desenvolvimento da Aprilia RS-GP25. Ontem, voltou a lesionar-se e vai falhar a primeira prova.
Momento especial
A Prima Pramac, campeã mundial de construtores independentes, trocou a Ducati pela Yamaha, com um contrato de sete anos, e contratou Miguel Oliveira e Jack Miller, que regressa à equipa depois da primeira passagem em 2018. O piloto português sentiu alguma dificuldade na adaptação à Yamaha YZR-M1, nomeadamente na travagem, e não conseguiu fazer um “time attack” nos testes. “O início de uma nova temporada é sempre um momento especial e estou muito motivado para este novo desafio com a Prima Pramac Yamaha. A equipa é extremamente competitiva, venceu o campeonato de pilotos o ano passado, e, com o forte apoio da Yamaha, estou confiante que podemos embarcar num projeto de longo prazo, capaz de alcançar um sucesso significativo”, disse Miguel Oliveira, que adiantou: “Estar no top 10 no final deixar-me-ia satisfeito. Com uma adaptação mais rápida e mais dias de testes, podemos limar algumas arestas e, talvez, ocupar essas posições”, referiu. Gino Borsoi, diretor da Pramac, destacou a importância da chegada do piloto português à equipa: “O Miguel Oliveira traz uma abordagem técnica que será importante para o desenvolvimento da moto. Essa diversidade será fundamental para alcançar os nossos objetivos”, disse.
A situação financeira da KTM prejudicou o desenvolvimento da moto e não há a garantia que a equipa austríaca faça o campeonato na totalidade. Pedro Acosta, o rookie do ano em 2024, é o novo reforço da KTM. A equipa de Valentino Rossi, VR46 Racing, passa a ter o apoio oficial da Ducati e contratou Franco Morbidelli. A Red Bull GasGas Tech3 volta ao nome Tech3 KTM e vai utilizar motos com especificações de fábrica.
Destaque para as estreias do campeão do mundo de Moto2, Ai Ogura (Trackhouse Racing), do primeiro piloto tailandês no MotoGP, Somkiat Chantra (Honda), e de Fermin Aldeguer (Gresini Racing), que vem da categoria Moto2.
Com o desenvolvimento do motor congelado até final de 2026 – o regulamento técnico de 2027 prevê a redução de cilindrada de 1.000 cc para 850 cc – as marcas trabalharam essencialmente no desenvolvimento do quadro, na ciclística, principalmente com a utilização de novas suspensões Öhlins, na aerodinâmica e eletrónica do motor.
As Ducati foram claramente mais rápidas nos testes de pré-época, com Alex Márquez (Gresini Racing) a fazer o melhor tempo na Malásia, enquanto o seu irmão Marc Márquez (Ducati Lenovo Team) foi o mais rápido na Tailândia. Tudo aponta para novo domínio da marca italiana, já que a moto tem performance superiores e pilotos extremamente rápidos.