Na passada semana, a Administração norte-americana cortou a ajuda humanitária à África do Sul e acusou o Governo de Pretória de estar a confiscar terras de brancos e a perseguir os descendentes de colonos europeus, conhecidos por africânderes.
Trump foi mais longe e pediu às pessoas que se sentem vítimas de discriminação racial para se mudarem para os EUA com o estatuto de refugiados, o que foi considerado pelos sul-africanos uma proposta «ridícula e esfarrapada».
Dois dos grupos que representam os africânderes disseram que não aceitam a oferta de Trump. «Os nossos membros trabalham aqui, querem ficar aqui e vão ficar aqui», disse Dirk Hermann, presidente do sindicato africânder Solidarity, que representa dois milhões de pessoas.
A lei da expropriação promulgada em janeiro pelo Presidente Cyril Ramaphosa substitui um texto de 1975, que prevê, entre outras disposições, a expropriação «sem indemnização» em determinadas circunstâncias se esta for justa e equitativa.
O diploma gerou preocupações entre os proprietários de terras descendentes dos primeiros colonos europeus, que temem expropriações em massa, como aconteceu no Zimbabué, no início do milénio. Por essa razão, a Câmara de Comércio sul-africana sediada nos Estados Unidos registou um aumento do número de pedidos de reinstalação, estimando-se que 50.000 pessoas possam deixar a África do Sul, caso se mantenha em vigor a lei que permite confiscar terras de forma arbitrária.