Caso Rubiales. Ministério Público continua a pedir 2,5 anos de prisão

Caso Rubiales. Ministério Público continua a pedir 2,5 anos de prisão


Rubiales deixou a presidência da RFEF em 10 de setembro de 2023 e, semanas mais tarde, em 30 de outubro, a FIFA suspendeu-o de todas as atividades relacionadas com futebol


O Ministério Público manteve esta quarta-feira o pedido de dois anos e meio de prisão para o antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales. Em causa está o beijo à jogadora Jenni Hermoso no final do Mundial feminino de 2023.  

No final do julgamento, que decorreu em San Fernando de Henares, nos arredores de Madrid, o Ministério Público manteve o pedido de condenação que já tinha feito nas alegações iniciais.

“Foi um beijo não consentido. Penso que, após o exame, não há dúvida nenhuma”, disse a procuradora Marta Durántez Gil durante as conclusões do julgamento. A procuradora destacou a “total coerência” de Jenni Hermoso entre o que contou sobre este caso e o seu comportamento “imediato e posterior”.

A procuradora censurou que, em 2025, se continue a questionar “vítimas de agressão sexual” por celebrarem ou se rirem, numa referência a vídeos da celebração da vitória a seleção feminina de Espanha no Estádio de Sydney, na Austrália. 

“Ela tinha sentimentos contraditórios, queria passar despercebida, que tudo isto não se reduzisse a um beijo não consentido, mas ao triunfo da seleção espanhola. Será que ela é menos vítima por isso?”, acrescentou, citada pela imprensa internacional. 

Luis Rubiales começou a ser julgado em 3 de fevereiro por agressão sexual por causa do beijo a Jenni Hermoso no Estádio de Sydney, no momento em que as jogadoras da seleção de Espanha eram felicitadas por diversas autoridades e recebiam as medalhas de campeãs do mundo, título que acabavam conquistar.

Rubiales foi ainda julgado por coerção, juntamente com o ex-diretor da seleção masculina de Espanha Albert Luque, o então selecionador Jorge Vilda e o antigo diretor de marketing da federação Ruben Rivera, por alegadas pressões sobre a jogadora.

Para os restantes três acusados, o Ministério Público manteve também hoje o pedido de um ano e meio de prisão para cada, por um delito de coerção, por causa de alegadas pressões sobre Jenni Hermoso, familiares e amigos da jogadora para que desvalorizasse publicamente o beijo que lhe deu Rubiales.

A audição de testemunhas e acusados neste julgamento terminou esta quarta-feira, tendo Luis Rubiales garantido, na terça-feira, no julgamento, que pediu a Jenni Hermoso para a beijar no Estádio de Sydney e que a futebolista lhe deu o consentimento.

A jogadora nega, também em tribunal, reiterando que foi beijada nos lábios contra a sua vontade pelo antigo presidente da federação, a quem se referiu como sendo então o seu “chefe”.

Rubiales deixou a presidência da RFEF em 10 de setembro de 2023 e, semanas mais tarde, em 30 de outubro, a FIFA suspendeu-o de todas as atividades relacionadas com futebol.