O vice-Presidente dos EUA alertou esta terça-feira para o facto do “excesso de regulamentação” da Inteligência Artificial (IA) “poder matar uma indústria no auge”.
“Faremos o possível para promover políticas que incentivem o crescimento da IA”, disse J.D. Vance, confiante que “os Estados Unidos são líderes em IA” e que o governo de Donald Trump “pretende que continuem a ser”.
Durante uma cimeira em Paris dedicada à gestão desta tecnologia, o vice-Presidente norte-americano citou a Lei de Serviços Digitais da União Europeia para criticar a “criação de regulamentações rígidas sobre remoção de conteúdo e vigilância sobre a chamada desinformação”.
O governante alertou ainda a comunidade internacional sobre acordos com “regimes autoritários”, argumentando que “associar-se a eles significa submeter a nação a um mestre autoritário que procura infiltrar-se, estabelecer-se e assumir o controlo da sua infraestrutura de informações”,
Vance deu o exemplo de exportações “altamente subsidiadas” como a tecnologia 5G da China.
Na mesma cimeira, a presidente da Comissão Europeia anunciou a mobilização de 200 mil milhões de euros para “a maior parceria público-privada do mundo para o desenvolvimento de IA de confiança”
Ursula von der Leyen explicou que o poder computacional necessário para a infraestrutura de IA europeia precisa “de capital imediato substancial, tanto do setor público como do setor privado”.
Por isso, destacou a iniciativa EU AI Champions, divulgada segunda-feira, e em que está previsto um investimento de 150 mil milhões de euros vindo de empresas e também fundos internacionais. “Hoje posso anunciar que com a iniciativa InvestAI podemos incluir mais 50 mil milhões de euros”, que se vão juntar ao montante da EU AI Champions.
“Portanto temos o objetivo de mobilizar um total de 200 mil milhões de euros para o investimento de IA na Europa”, explica Von der Leyen, referindo que o foco deste montante estará no desenvolvimento de aplicações de IA para a indústria e áreas críticas.
“Queremos que a Europa seja um dos continentes líderes na IA”, frisa a governante europeia. “E isto significa abraçar uma nova forma de vida em que a IA está em tudo.”
Von der Leyen refere que esta tecnologia poderá “impulsionar a competitividade, proteger a segurança, amparar a saúde pública e tornar o acesso a conhecimento e informação mais democrático.”
Mas também reconhece que “ouve com frequência que a Europa está atrasada na corrida, enquanto os EUA e a China já estão à frente”, numa intervenção feita logo após o discurso de JD Vance. Porém, disse, “a liderança global da IA ainda está em aberto”, até porque a “meta está constantemente a mudar”.