Um dos homens que em 2023 queimou o Alcorão e cuja ação provocou protestos violentos em diversos países muçulmanos foi morto a tiro em Estocolmo, na Suécia.
A imprensa sueca revelou esta quinta-feira que a polícia confirmou que Salwan Momika foi morto a tiro na quarta-feira à noite num subúrbio de Estocolmo.Segundo vários tabloides suecos, Momika foi atingido com dois tiros quando fazia um direto nas suas redes sociais.
O tribunal de Estocolmo que deveria divulgar também esta quinta-feira a decisão sobre as acusações de incitamento ao ódio étnico contra Salwan Momika disse ter adiado a sessão porque “um dos acusados morreu”.
A Procuradoria-Geral da Suécia tinha deduzido em agosto do ano passado acusações contra dois homens por incitar ao ódio ao queimarem cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. As ações provocaram na altura uma indignação generalizada nas nações muçulmanas e levaram a vários ataques, como o contra a embaixada sueca no Iraque.
Os dois homens, de 38 e 49 anos, estavam acusados de quatro crimes de incitamento ao ódio contra um grupo étnico pelos incidentes, protagonizados nas proximidades de várias mesquitas de Estocolmo.
Na altura, Momika alegou que os seus protestos tinham como alvo a religião do Islão e não os muçulmanos e disse que queria proteger a população da Suécia das mensagens do Corão.
A polícia sueca permitiu as manifestações, alegando liberdade de expressão.
Em outubro de 2023, as autoridades de imigração suecas decidiram não prolongar a autorização de residência de Momika, que era refugiado iraquiano, por fornecer informações incorretas sobre a sua necessidade de proteção.
No entanto, Momika acabou por receber uma nova autorização provisória, uma vez que a sua deportação para o Iraque não pôde ser executada por razões de segurança.