Bielorrússia é “democracia brutal”, diz Lukashenko

Bielorrússia é “democracia brutal”, diz Lukashenko


O chefe de Estado referiu ainda ser-lhe indiferente que o Ocidente não reconheça as eleições bielorrussas


O Presidente bielorrusso, aliado de Moscovo, defendeu este domingo, após votar nas eleições presidenciais a que concorre a um sétimo mandato, que a Bielorrússia é uma “democracia brutal”.

“Temos uma democracia brutal na Bielorrússia. Não pressionamos ninguém e não silenciamos ninguém”, disse , Alexander Lukashenko, de 70 anos, um autocrata no poder desde 1994, depois de ter votado em Minsk.

Lukashenko acrescentou que os presos políticos detidos no país podem pedir perdão, mas descartou qualquer diálogo com a oposição no exílio. O chefe de Estado referiu ainda ser-lhe indiferente que o Ocidente não reconheça as eleições bielorrussas

“Reconhecem-nos ou não os reconhecem, é uma questão de gosto. Para mim não faz qualquer diferença. O importante é que as eleições sejam reconhecidas pelos bielorrussos”, disse Lukashenko aos jornalistas depois de votar numa assembleia de voto de Minsk.

Insistiu que, quer se goste ou não, o povo bielorrusso tem a última palavra. “Temos de encarar as coisas com calma”, afirmou. 

Lukashenko acrescentou que a Bielorrússia está disposta a dialogar com a União Europeia (UE), “mesmo com aqueles que adotaram uma política agressiva” contra Minsk.

A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, afirmou no sábado que a autoproclamação de Lukashenko como Presidente da Bielorrússia, após as eleições de hoje, é uma “afronta flagrante à democracia” e que não tem “qualquer legitimidade”.