CDU. Outros autarcas que dizem adeus

CDU. Outros autarcas que dizem adeus


A CDU terá 11 das suas 19 autarquias obrigadas a mudar de rosto.


A CDU tem vindo a perder eleitores e consequentemente autarquias. Nas próximas eleições tem outro desafio acrescido: 11 dos atuais presidentes não se podem candidatar em 2025 por terem atingido o limite de três mandatos consecutivos. E nesta lista surgem históricos do partido com um passado ligado ao mundo autárquico. Um desses casos é António Figueira Mendes, cujo currículo não pode ser dissociado ao movimento comunista antes do 25 de Abril. Também Vítor Proença passou por várias câmaras comunistas, assim como João Português. Mas a estes juntam-se muitos outros com um denominador comum: optaram por sair agora das autarquias a que presidem e optaram por não concorrer a câmaras vizinhas.

No discurso de encerramento do Congresso do PCP, o secretário-geral do partido mostrou-se confiante em relação às próximas eleições autárquicas, afirmando que o projeto da CDU para o poder local não se confunde com nenhum outro e pediu mobilização de ecologistas e independentes. “Façamos das eleições autárquicas uma grande jornada de contacto e mobilização popular”, disse Paulo Raimundo, acrescentando: “Mobilizemos comunistas, ecologistas, mobilizemos independentes; mobilizemos todos independentemente das suas opções partidárias para dar ainda mais força a um projeto”.

Um projeto que, de acordo com o líder, “não se confunde com nenhum outro” e que se pretende que se “alargue, cresça e vá mais longe, desde logo, com mais candidaturas”. E não hesitou: “Quem tem um projeto autárquico sem paralelo como o dos comunistas e com provas dadas; quem tem eleitos ligados às populações como são os da CDU; quem tem como marca trabalho, honestidade e competência; quem se lança numa ampla jornada de contacto, mobilização e envolvimento de apoio popular, só tem razões para ter confiança para a batalha das eleições autárquicas”, concluiu.

João Português
Cuba

Com 12 anos à frente dos destinos do município de Cuba pela CDU e mais outros tantos na autarquia com outros cargos, ao todo quase 20, João Português, disse em entrevista à rádio Planície que, em 2025, nem sequer fará parte das listas. “Não estarei presente em mais nada que tenha a ver com a política”. E admitiu “algum desgaste” pelo cargo.

José Alberto Quintino
Sobral de Monte Agraço

O autarca tem estado envolvido em várias polémicas. Em 2017, foi noticiado que o DIAP tinha aberto um inquérito à viagem do autarca à Serra da Estrela no autocarro da autarquia e que envolveu familiares e empresários próximos do presidente. Recentemente foi acusado de empregar familiares na autarquia, acusações que negou.

Nuno Silva
Avis

Foi vereador da Câmara Municipal de Avis entre 2001 a 2013, tendo pelouros como a Educação, Cultura, Ação Social, Turismo, Desporto e Juventude. Foi vice-presidente da autarquia 2005 a 2013, ano que assume a liderança da autarquia. É licenciado em Psicologia Educacional, com uma pós graduação em Intervenção Psicológica.

Gonçalo Lagem
Monforte

Em 2013, a CDU reconquistou a Câmara de Monforte ao PS, mantendo-se até aqui em mãos comunistas. É licenciado em engenharia de produção animal pela Escola Superior Agrária de Santarém e no seu primeiro mandato classificou como dramática e desastrosa” a situação financeira do município.

Carlos Coutinho
Benavente
Esteve em risco de abandonar o mandato em 2023 depois de ter sofrido um AVC, mas prometeu continuar na liderança da autarquia. Tem defendido que a localização do Campo de Tiro da Força Aérea, em Alcochete, é a mais vantajosa para o futuro aeroporto de Lisboa, defendendo que é “a solução mais correta para os interesses globais do país”.

António Mendes
Grândola

António Figueira Mendes foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Grândola em democracia, até 1989. Reconquistou a autarquia para a CDU em 2013. Militante do PCP desde 1959, foi preso pela PIDE em 1967, tendo passado pelas cadeias de Caxias, Trafaria, Tancos e Penamacor.

Álvaro Amaro
Palmela

O ainda autarca em entrevista ao SETUBALENSE admitiu que foi sondado pelo partido sobre a possibilidade de se candidatar nas próximas autárquicas a um de dois municípios vizinhos, mas garantiu que o não fará. Álvaro Balseiro Amaro diz que é tempo de parar e respirar.

Vítor Proença
Alcácer do Sal

Vítor Proença, o comunista à frente de Alcácer do Sal, tinha anteriormente cumprido o limite de mandatos como presidente da Câmara de Santiago do Cacém. É também presidente da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, estando empenhado no regresso dos comboios de passageiros.

Rosa Palma
Silves

Rosa Palma está à frente da única câmara comunista no Algarve. É ainda vice–presidente da AMAL, membro do Conselho Regional da CCDR Algarve, membro substituto do vice-presidente do Conselho Diretivo da ANMP e membro da Comissão de Aconselhamento Estratégico do PO Algarve 21.