Eurodeputados do PS, PSD, IL, Chega e CDS-PP votaram esta quarta-feira a favor da confirmação de Maria Luís Albuquerque como comissária europeia. BE e PCP votaram contra, acusando a ex-ministra de servir os interesses financeiros.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento Europeu depois do PPE ter anunciado a confirmação de Albuquerque como comissária, o eurodeputado socialista Francisco Assis elogiou a audição da nova comissária.
Assis salientou o seu “compromisso com o reforço do sistema de supervisão e regulação dos mercados financeiros” e explicou que foi estabelecido um acordo para uma nova audição, agora que foi indigitada, para dar mais detalhes sobre o projeto do seu mandato.
Lídia Pereira, do PSD, elogiou a “competência e preparação” de Maria Luís Albuquerque e frisou que, “com a experiência que aporta”, Maria Luís Albuquerque “mostra também o valor do mérito das funções que vai desempenhar” como comissária.
Também o Chega votou favoravelmente à confirmação da comissária europeia para os Serviços Digitais e União de Poupanças e Investimento. O eurodeputado António Tânger Corrêa elogiou a capacidade técnica de Albuquerque, mas mostrou reservas quanto ao Green New Deal.
Da IL, o deputado João Cotrim Figueiredo, também citada pela agência Lusa, elogiou o que disse ter sido a serenidade da comissária ao longo da audição desta manhã e afirmou não estar surpreendido com o facto da nomeação ser confirmada.
Cotrim Figueiredo acrescentou que esta audição ficou “acima da média dos comissários” já ouvidos pelos eurodeputados e criticou o método de escolha dos comissários, lamentando que os candidatos não saibam, à partida, que pasta lhes será atribuída.
Também a deputada Ana Pedro, do CDS-PP, mostrou-se “muito satisfeita com a audição” e lembrou o trabalho de Maria Luís Albuquerque “num período delicado da economia portuguesa, em que lidou e herdou uma situação complexa do anterior Governo socialista e teve que lidar com as consequências da aplicação de um programa de assistência financeira”.
Pelo BE, Catarina Martins insistiu nas críticas à escolha portuguesa para comissária, lembrando o seu percurso no setor privado e acusando-a de ser o “sonho da finança internacional” de ter uma “lobista na comissão”.
Já João Oliveira, do PCP, reiterou as críticas feitas durante a audição, afirmando que as políticas apresentadas por Albuquerque “não servem os interesses dos povos europeus” e sim os “interesses financeiros europeus”.