Montenegro encerra Congresso do PSD com discurso programático

Montenegro encerra Congresso do PSD com discurso programático


A moção de estratégia global de Luís Montenegro foi aprovada por unanimidade e todas as 12 propostas temáticas foram também aprovadas


O presidente do PSD encerrou este domingo o 42ª congresso do partido com um discurso quase exclusivamente programático. Luís Montenegro focou em sete pontos, numa mensagem virada para o “para o país e para o futuro”.

O líder social-democrata focou-se em diversos pontos, desde a água, onde firmará um “acordo histórico” com Espanha, ou a educação, onde quer a “libertação da disciplina de cidadania de projetos ideológicos”. Saúde, coesão territorial, imigração e segurança foram outros temas.

“Foco nas questões que são de todos, a pensar em cada um. Foco centrado, sobretudo, na nossa responsabilidade e não num jogo de passa culpas. E esperança de que somos nós que temos de construir o futuro. Disse ontem e digo hoje: estamos de olhos postos no futuro. O essencial da nossa energia é gasto a olhar para a frente”, começou por afirmar Montenegro.

Depois, “algo essencial à nossa vida, a gestão de um recurso como a água”. O presidente dos PSD afirmou que vai ser assinado “um acordo histórico com Espanha” para “garantir caudais mínimos no Rio Tejo e o pagamento da água do Alqueva, após utilização pelos espanhóis”.

“No domínio da segurança, queremos reforçar a proximidade e a visibilidade de polícias na rua e no incrementar de sistemas de videovigilância”, disse depois o líder social-democrata. “Vamos criar equipas multi-forças que vão integrar a PJ, a PSP, a GNR, a ASAE, o ACT e a Autoridade Tributária sobre a articulação da Administração Interna para combater o tráfico de droga, de abusos humanos e imigração ilegal”, explicou.

Sobre a violência doméstica, Montenegro revelou que vai ser duplicado “o valor do apoio para a autonomização das vítimas deste crime” num investimento de “mais 25 milhões de euros” para garantir “que as mulheres que são acolhidas em casas de abrigo terão acesso imediato aos cuidados de saúde”.

Outro ponto do discurso foi o da coesão territorial. “Estamos em Braga e normalmente as intervenções políticas mais importantes fazem-se em Lisboa, numa perspectiva de valorizar e fomentar a qualidade de vida nos territórios de baixa densidade. Mas é preciso não esquecer os territórios de alta densidade, que aparentam ter melhor qualidade de vida, mas têm pessoas que passam dificuldades extremas”, apontou

“Na educação queremos garantir a universalidade ao acesso ao ensino pré-escolar. Vamos olhar para o interesse das crianças e não para os bloqueios ideológicos. O primeiro ciclo de ensino deve ser dos 0 aos seis anos de idade. Vamos rever os programas do ensino básico e secundário, incluíndo a disciplina de cidadania, pois queremos a libertação da disciplina de cidadania de projetos ideológicos”, explanou o também primeiro-ministro sobre este tema, para depois revelar que na saúde “vamos dar a 150 mil doentes a possibilidade de receberem os medicamentos na sua farmácia, ao invés de terem de fazer muito quilómetros para os receberem no hospital”

“Na emigração”, disse Luís Montenegro, “vamos construir centros temporários em Lisboa e no Porto” e ao mesmo tempo “vamos ter um programa de captação de talento para empresas e instituições de ensino superior estrangeiro”.

À sessão de encerramento assistiram o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Bloco de Esquerda, estiveram representados no encerramento do 42.º Congresso do PSD.

A moção de estratégia global de Luís Montenegro foi aprovada por unanimidade e todas as 12 propostas temáticas foram também aprovadas.