O dia internacional do microrganismo na década das ciências do oceano


Os microrganismos constituem a maior parte da vida presente no oceano e no litoral, na transição entre a terra firme e o mar.


Hoje, dia 17 de setembro, festeja-se, alegremente pelo mundo, o Dia Internacional do Microrganismo (IMD). Após o seu nascimento em Portugal, em 2017, o IMD foi-se tornando numa plataforma internacional para a divulgação e celebração da microbiologia e seus atores: os microrganismos e os microbiólogos. Radica na noção de que é essencial aumentar a literacia em Microbiologia para que a sociedade compreenda o papel essencial que os microrganismos, essa vida microscópica tão diversa e sempre tão presente, desempenham nas nossas vidas. Fazem parte do nosso dia a dia e são objeto de um vasto leque de atividades profissionais e oportunidades de carreira. O seu melhor conhecimento permitirá a tomada de decisões mais informadas e adequadas e estimulará o interesse e o apreço da sociedade pela ciência microbiológica. As celebrações do Dia estão a decorrer pelo mundo de uma forma descentralizada, com a coesão e a identidade que lhes são atribuídas pelo logótipo, as mascotes e ilustrações várias, criadas e produzidas originalmente em Portugal. A bem-sucedida internacionalização do IMD foi promovida pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM), com o apoio de prestigiadas sociedades científicas internacionais, com destaque para a FEMS (Federação das Sociedades Europeias de Microbiologia) que centraliza a divulgação das atividades planeadas e das realizações por todo o mundo. Nas redes sociais, a informação sobre o IMD é partilhada marcando o IMD (@IntMicroDay) e usando a hashtag #InternationalMicroorganismDay. O programa internacional das atividades de 2024 [1] revela a impressionante diversidade de Países para os quais está disponível informação sobre as atividades em curso: Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Cabo Verde, China, Colômbia, Croácia, República Dominicana, Estónia, Equador, Egito, Gana, Grécia, Índia, Indonésia, Irão, Itália, Japão, Macau, México, Moçambique, Nigéria, Macedónia do Norte, Paraguai, Filipinas, Polónia, Portugal, Sérvia, Espanha, África do Sul, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, EUA.  

Os microrganismos constituem a maior parte da vida presente no Oceano e no litoral, na transição entre a terra firme e o mar. A poluição, as alterações climáticas e as pressões antrópicas (atribuíveis ao homem) colocam estes ambientes num risco crescente. Embora invisível, a vida microscópica, desempenha um papel crucial na fixação de azoto, solubilização de fosfato, fixação de carbono, produção de oxigénio. Encontra-se na base da cadeia alimentar do oceano e a sua atividade biológica permite encontrar soluções inovadoras para enfrentar a poluição marinha. Sem os microrganismos, a vida no Oceano não seria possível e estes são conhecidos por colonizarem praticamente todos os ambientes, incluindo os mais extremos, de elevada salinidade, sujeitos a variações de temperatura, em sedimentos pobres em nutrientes. É elevado o potencial do estudo dos mecanismos de resposta ao stress em ambientes marinhos extremos para potenciar a inovação em Biotecnologia, Biorremediação e Astrobiologia (estudo da vida no universo). O desvendar da diversidade do microbioma de ambientes marinhos, com base em diferentes estratégias microbiológicas e moleculares, permite ainda explorar o seu potencial biotecnológico para uma bioeconomia azul mais sustentável. Reconhecendo a urgência de uma gestão das atividades relacionadas com os Oceanos para reverter o ciclo de declínio da sua saúde e a sustentabilidade do planeta numa época em que as alterações climáticas estão a ter um agudo impacto sobre a biodiversidade e a atividade biológica, foi proclamada, pelas Nacões Unidas, a Década das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030). Aderindo às comemorações do IMD2024, o Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa (ACL), em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM), o Comité Nacional para a Década do Oceano (CNDO) e o Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (CP-COI) oferecem hoje uma tarde de divulgação da Microbiologia dedicada ao tema: Microrganismos na Década Das Ciências do Oceano (programa em [2]). Investigadores, empresários, envolvidos em politicas públicas na área do mar, apresentarão as suas visões sobre os desafios e as oportunidades de exploração do microbioma oceânico como um pilar para potenciar a saúde do oceano, um desenvolvimento sustentável e a economia do País. 

O Instituto Superior Técnico foi, desde da fundação do IMD, um entusiasta e fiel parceiro da SPM. De novo se junta às festividades e oferece um programa de atividades, das 10h às 18h desse dia, na “Rota da Microbiologia” (3). Estas envolvem  palestras, exposições, experiências e jogos relacionados com o papel vital que a investigação em Microbiologia tem nas Bioindústrias, Biotecnologia, Saúde e Ambiente. As atividades no País estão anunciadas no website da SPM [4]. Neste Dia, a oferta é extensa, diversa, e muito apelativa. Façam as vossas escolhas mas não percam a oportunidade de descobrir a diversidade, atividade e impacto dos microrganismos nas nossas vidas e no planeta, neste Dia a eles dedicado. 

[1] https://www.internationalmicroorganismday.org/imd-events-2024 

[2] https://www.acad-ciencias.pt/events/dia-internacional-do-microrganismo/ 

[3] https://diainternacionaldomicrorganismo.tecnico.ulisboa.pt 

[4] https://spmicrobiologia.wordpress.com/category/dia-internacional-do-microrganismo

Professora Catedrática Emérita do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa  

O dia internacional do microrganismo na década das ciências do oceano


Os microrganismos constituem a maior parte da vida presente no oceano e no litoral, na transição entre a terra firme e o mar.


Hoje, dia 17 de setembro, festeja-se, alegremente pelo mundo, o Dia Internacional do Microrganismo (IMD). Após o seu nascimento em Portugal, em 2017, o IMD foi-se tornando numa plataforma internacional para a divulgação e celebração da microbiologia e seus atores: os microrganismos e os microbiólogos. Radica na noção de que é essencial aumentar a literacia em Microbiologia para que a sociedade compreenda o papel essencial que os microrganismos, essa vida microscópica tão diversa e sempre tão presente, desempenham nas nossas vidas. Fazem parte do nosso dia a dia e são objeto de um vasto leque de atividades profissionais e oportunidades de carreira. O seu melhor conhecimento permitirá a tomada de decisões mais informadas e adequadas e estimulará o interesse e o apreço da sociedade pela ciência microbiológica. As celebrações do Dia estão a decorrer pelo mundo de uma forma descentralizada, com a coesão e a identidade que lhes são atribuídas pelo logótipo, as mascotes e ilustrações várias, criadas e produzidas originalmente em Portugal. A bem-sucedida internacionalização do IMD foi promovida pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM), com o apoio de prestigiadas sociedades científicas internacionais, com destaque para a FEMS (Federação das Sociedades Europeias de Microbiologia) que centraliza a divulgação das atividades planeadas e das realizações por todo o mundo. Nas redes sociais, a informação sobre o IMD é partilhada marcando o IMD (@IntMicroDay) e usando a hashtag #InternationalMicroorganismDay. O programa internacional das atividades de 2024 [1] revela a impressionante diversidade de Países para os quais está disponível informação sobre as atividades em curso: Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Cabo Verde, China, Colômbia, Croácia, República Dominicana, Estónia, Equador, Egito, Gana, Grécia, Índia, Indonésia, Irão, Itália, Japão, Macau, México, Moçambique, Nigéria, Macedónia do Norte, Paraguai, Filipinas, Polónia, Portugal, Sérvia, Espanha, África do Sul, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, EUA.  

Os microrganismos constituem a maior parte da vida presente no Oceano e no litoral, na transição entre a terra firme e o mar. A poluição, as alterações climáticas e as pressões antrópicas (atribuíveis ao homem) colocam estes ambientes num risco crescente. Embora invisível, a vida microscópica, desempenha um papel crucial na fixação de azoto, solubilização de fosfato, fixação de carbono, produção de oxigénio. Encontra-se na base da cadeia alimentar do oceano e a sua atividade biológica permite encontrar soluções inovadoras para enfrentar a poluição marinha. Sem os microrganismos, a vida no Oceano não seria possível e estes são conhecidos por colonizarem praticamente todos os ambientes, incluindo os mais extremos, de elevada salinidade, sujeitos a variações de temperatura, em sedimentos pobres em nutrientes. É elevado o potencial do estudo dos mecanismos de resposta ao stress em ambientes marinhos extremos para potenciar a inovação em Biotecnologia, Biorremediação e Astrobiologia (estudo da vida no universo). O desvendar da diversidade do microbioma de ambientes marinhos, com base em diferentes estratégias microbiológicas e moleculares, permite ainda explorar o seu potencial biotecnológico para uma bioeconomia azul mais sustentável. Reconhecendo a urgência de uma gestão das atividades relacionadas com os Oceanos para reverter o ciclo de declínio da sua saúde e a sustentabilidade do planeta numa época em que as alterações climáticas estão a ter um agudo impacto sobre a biodiversidade e a atividade biológica, foi proclamada, pelas Nacões Unidas, a Década das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030). Aderindo às comemorações do IMD2024, o Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa (ACL), em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM), o Comité Nacional para a Década do Oceano (CNDO) e o Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (CP-COI) oferecem hoje uma tarde de divulgação da Microbiologia dedicada ao tema: Microrganismos na Década Das Ciências do Oceano (programa em [2]). Investigadores, empresários, envolvidos em politicas públicas na área do mar, apresentarão as suas visões sobre os desafios e as oportunidades de exploração do microbioma oceânico como um pilar para potenciar a saúde do oceano, um desenvolvimento sustentável e a economia do País. 

O Instituto Superior Técnico foi, desde da fundação do IMD, um entusiasta e fiel parceiro da SPM. De novo se junta às festividades e oferece um programa de atividades, das 10h às 18h desse dia, na “Rota da Microbiologia” (3). Estas envolvem  palestras, exposições, experiências e jogos relacionados com o papel vital que a investigação em Microbiologia tem nas Bioindústrias, Biotecnologia, Saúde e Ambiente. As atividades no País estão anunciadas no website da SPM [4]. Neste Dia, a oferta é extensa, diversa, e muito apelativa. Façam as vossas escolhas mas não percam a oportunidade de descobrir a diversidade, atividade e impacto dos microrganismos nas nossas vidas e no planeta, neste Dia a eles dedicado. 

[1] https://www.internationalmicroorganismday.org/imd-events-2024 

[2] https://www.acad-ciencias.pt/events/dia-internacional-do-microrganismo/ 

[3] https://diainternacionaldomicrorganismo.tecnico.ulisboa.pt 

[4] https://spmicrobiologia.wordpress.com/category/dia-internacional-do-microrganismo

Professora Catedrática Emérita do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa