Tour de France, a corrida dos super homens


A verdade é que quando parece a caminho do abismo o ciclismo renasce mais forte e, segundo dados estatísticos da Volta a França, com mais gente na estrada a assistir (para lá dos milhões que o seguem nas televisões).


O ciclismo sempre foi considerado o desporto do povo e existem várias razões para tal epíteto. Primeiro porque passa por muitas aldeias e vilas, percorre parte dos países sem se esgotar nas grandes cidades, entra por vales e montanhas e leva o desporto ao vivo a quem vive muitas vezes longe dos grandes palcos. Depois porque é composto por anti heróis, pessoas simples e com grande capacidade de sofrimento, pouco dadas ao vedetismo de outros desportos e que através do seu esforço e abnegação acabam por levar um mar de gente atrás. É também um óptimo promotor do turismo e dos destinos porque funciona como postal em movimento do mais bonito que as terras têm para oferecer. É por isso que ver uma prova de bicicleta é um deleite para os olhos pelas fabulosas paisagens e natureza até perder de vista.

Tinha tudo para dar errado. Os sucessivos escândalos de doping que assolaram este desporto, nomeadamente do americano Lance Armstrong, que era considerado um ídolo depois de ter vencido um cancro e regressado mais forte do que nunca, mas também o caso Festina ou por cá o ex-campeão de estrada João Cabreira e mais recentemente a W52-FC Porto, fizeram o grande público duvidar da legalidade das vitórias de muitos corredores. Isso criou logicamente uma nuvem negra carregada de suspeição e afastou os grandes patrocinadores, receosos de verem o seu nome envolvido em casos de doping. Em Portugal, por exemplo, a Volta a Portugal sofreu um forte abalo com a saída dos três grandes clubes portugueses que levavam muita gente para a estrada, curiosos para ver os ciclistas das suas equipas “voarem” até à meta.

A verdade é que quando parece a caminho do abismo o ciclismo renasce mais forte e, segundo dados estatísticos da Volta a França, com mais gente na estrada a assistir (para lá dos milhões que o seguem nas televisões). Para quem gosta deste desporto tem sido um prazer enorme seguir as etapas já percorridas, com quatro corredores absolutamente estratosféricos como são Primoz Roglic (que entretanto desistiu vítima de uma queda), Remco Evenepoel mas sobretudo Jonas Vingegaard (vencedor das últimas duas edições) e Tadej Pogacar, o esloveno que parece imbatível este ano. Para se perceber da capacidade de superação destes ciclistas, Vingegaard teve uma aparatosa queda no princípio de Abril que lhe valeu várias costelas partidas e uma perfuração no pulmão e pouco tempo depois aí está ele a discutir a prova de todas as provas.

No meio destes super homens surge um português que nos faz sonhar com prestações que já não víamos desde o saudoso Joaquim Agostinho. O “Bota Lume”, como é conhecido, para além de ser um gregário (termo usado para definir um corredor que ajuda o chefe de equipa a chegar à vitória) de luxo de Pogacar, tem uma forma de correr muito própria e um estilo humilde que privilegia o coletivo em detrimento dos resultados individuais e ainda assim, é vê-lo sempre ao seu ritmo, montanha acima, muitas vezes a perder contacto com o grupo da frente e a correr de trás para a frente ultrapassando um a um os seus adversários. Bravo João Almeida pelo atual quarto posto e que grande Tour de France estamos a assistir este ano!

Tour de France, a corrida dos super homens


A verdade é que quando parece a caminho do abismo o ciclismo renasce mais forte e, segundo dados estatísticos da Volta a França, com mais gente na estrada a assistir (para lá dos milhões que o seguem nas televisões).


O ciclismo sempre foi considerado o desporto do povo e existem várias razões para tal epíteto. Primeiro porque passa por muitas aldeias e vilas, percorre parte dos países sem se esgotar nas grandes cidades, entra por vales e montanhas e leva o desporto ao vivo a quem vive muitas vezes longe dos grandes palcos. Depois porque é composto por anti heróis, pessoas simples e com grande capacidade de sofrimento, pouco dadas ao vedetismo de outros desportos e que através do seu esforço e abnegação acabam por levar um mar de gente atrás. É também um óptimo promotor do turismo e dos destinos porque funciona como postal em movimento do mais bonito que as terras têm para oferecer. É por isso que ver uma prova de bicicleta é um deleite para os olhos pelas fabulosas paisagens e natureza até perder de vista.

Tinha tudo para dar errado. Os sucessivos escândalos de doping que assolaram este desporto, nomeadamente do americano Lance Armstrong, que era considerado um ídolo depois de ter vencido um cancro e regressado mais forte do que nunca, mas também o caso Festina ou por cá o ex-campeão de estrada João Cabreira e mais recentemente a W52-FC Porto, fizeram o grande público duvidar da legalidade das vitórias de muitos corredores. Isso criou logicamente uma nuvem negra carregada de suspeição e afastou os grandes patrocinadores, receosos de verem o seu nome envolvido em casos de doping. Em Portugal, por exemplo, a Volta a Portugal sofreu um forte abalo com a saída dos três grandes clubes portugueses que levavam muita gente para a estrada, curiosos para ver os ciclistas das suas equipas “voarem” até à meta.

A verdade é que quando parece a caminho do abismo o ciclismo renasce mais forte e, segundo dados estatísticos da Volta a França, com mais gente na estrada a assistir (para lá dos milhões que o seguem nas televisões). Para quem gosta deste desporto tem sido um prazer enorme seguir as etapas já percorridas, com quatro corredores absolutamente estratosféricos como são Primoz Roglic (que entretanto desistiu vítima de uma queda), Remco Evenepoel mas sobretudo Jonas Vingegaard (vencedor das últimas duas edições) e Tadej Pogacar, o esloveno que parece imbatível este ano. Para se perceber da capacidade de superação destes ciclistas, Vingegaard teve uma aparatosa queda no princípio de Abril que lhe valeu várias costelas partidas e uma perfuração no pulmão e pouco tempo depois aí está ele a discutir a prova de todas as provas.

No meio destes super homens surge um português que nos faz sonhar com prestações que já não víamos desde o saudoso Joaquim Agostinho. O “Bota Lume”, como é conhecido, para além de ser um gregário (termo usado para definir um corredor que ajuda o chefe de equipa a chegar à vitória) de luxo de Pogacar, tem uma forma de correr muito própria e um estilo humilde que privilegia o coletivo em detrimento dos resultados individuais e ainda assim, é vê-lo sempre ao seu ritmo, montanha acima, muitas vezes a perder contacto com o grupo da frente e a correr de trás para a frente ultrapassando um a um os seus adversários. Bravo João Almeida pelo atual quarto posto e que grande Tour de France estamos a assistir este ano!