Llama 3: O novo modelo de IA que tem causado controversia

Llama 3: O novo modelo de IA que tem causado controversia


A nova versão do modelo de Inteligência Artificial (IA) – Llama 3 –, da Meta, já começou a usar as publicações e fotografias dos utilizadores para ajudar a desenvolver algoritmos de IA. Os utilizadores podem evitar que isso aconteça preenchendo um formulário nas definições de privacidade.


Há uns meses, muito se ouviu falar sobre o crescimento do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI – um novo modelo de inteligência artificial que consegue responder a basicamente todo tipo de assunto. Depois, chegou o Gemini do Google, que revolucionou a forma como profissionais de diversas áreas, especialmente no Marketing Digital, interagem com a tecnologia. Mais recentemente a Meta, que detém o Facebook e o Instagram, anunciou uma nova versão do próprio modelo de Inteligência Artificial (IA) – Llama 3. Desde quarta-feira (26 de junho) que a empresa de tecnologia começou a usar as publicações, fotografias, legendas, comentários e stories publicadas nas plataformas para ajudar a desenvolver algoritmos de Inteligência Artificial. Numa publicação partilhada no seu site oficial, a Meta explicou que vai usar «apenas as publicações que os utilizadores autorizaram que fossem partilhadas» e que a abordagem «está em linha com a forma como trata os dados que usa para alimentar os modelos de IA em todo o mundo». Além disso, a empresa esclareceu que não vai usar conteúdo como mensagens privadas, nem conteúdo vindo de contas cujos utilizadores têm menos de 18 anos. Há ainda uma forma de os utilizadores se protegerem deste uso, preenchendo um formulário. «Estamos a atualizar a nossa Política de Privacidade, incluindo a forma como usamos as tuas informações para a IA na Meta. Sabe mais sobre o teu direito de oposição à forma como as tuas informações são usadas para estes fins», lê-se na notificação enviada aos utilizadores. Recorde-se que desde 22 de maio, a empresa enviou mais de dois mil milhões de notificações a utilizadores, através da app e email para explicar o que está a fazer. «Estas notificações contêm uma ligação para um formulário de objeção que dá às pessoas a oportunidade de se oporem a que os seus dados sejam utilizados nos nossos esforços de modelação de IA», reforçou.

No entanto, a notícia tem gerado muito descontentamento. O grupo de ativistas pela privacidade None Of Your Business (NOYB), por exemplo, chegou mesmo a apresentar queixa às autoridades em 11 países europeus (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Grécia, Itália, Irlanda, Países Baixos, Noruega, Polónia e Espanha). Para a NOYB, o grande problema está no facto de não ter sido pedido o consentimento dos cidadãos que utilizam estas redes, e ainda o facto de não serem respeitadas as regras de privacidade exigidas pela UE. Porém, a Meta diz-se confiante de que a sua abordagem a este tema «está em conformidade com as leis e regulamentos europeus».