Luís Carrilho tomou posse como diretor da PSP. “Um dos melhores polícias de sempre”

Luís Carrilho tomou posse como diretor da PSP. “Um dos melhores polícias de sempre”


Luís Carrilho tomou posse numa cerimónia que contou com Montenegro. O novo diretor da PSP tem um currículo invejável, é casado, tem dois filhos, uma das quais jornalista do CM.


O novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, Luís Carrilho, tomou posse esta sexta-feira no Ministério da Administração Interna, numa cerimónia que contou com a presença de vários elementos do Governo, incluindo o primeiro-ministro.

No seu discurso, o novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública sublinhou a importância de os agentes se sentirem “valorizados, respeitados e apoiados”.

Luís Carrilho defende que os polícias “são a espinha dorsal” da PSP. “Enfrentam desafios diários, muitas vezes colocando a sua vida em risco, para garantir a segurança de todos nós. Por isso, é nossa responsabilidade garantir que tenham as condições necessárias para desempenhar as suas funções”, sublinhou.

Já o primeiro-ministro reconheceu que Luís Carrilho tem uma “enorme” tarefa pela frente e que “acrescentar sentimento de segurança é importantíssimo nos dias de hoje”, pois “contribui para a tranquilidade das pessoas e do país”.

“Nós precisamos de mostrar às nossas populações uma presença mais ativa, mais preventiva das nossas forças de segurança e da Polícia de Segurança Pública em particular”, acrescentou Luís Montenegro, sublinhando que vê em Luís Carrilho “grande capacidade” para o “novo ciclo da Polícia de Segurança Pública em Portugal”.

Quem é o novo diretor da PSP?

Luís Carrilho era o homem que muitos pensaram que ia ser o diretor-nacional quando foi nomeado Barros Correia. Não o foi há oito meses, foi-o agora. Na PSP são poucos os que dizem mal de Carrilho, pois acham que é um homem leal e muito competente. Cedo começou nos Serviços de Segurança Pessoal, e ainda era subcomissário e já dirigia o serviço. Por essa razão, começou desde muito novo a movimentar-se no mundo político, tendo sido responsável pela segurança de Cavaco Silva e de Marcelo Rebelo de Sousa. Chefiou várias comissões na ONU – República Centro Africana, Haiti, Bósnia Herzegovina e Timor-Leste.

O que diz um dos homens que melhor o conhecem, mas prefere o anonimato: “É um líder, um profissional experiente, respeitado e com obra feita, e um sentido de resolução dos problemas. É o homem certo, no momento certo, para o enorme desafio que a PSP enfrenta de momento, quer quanto à dignificação da grelha salarial, quer quanto à revisão de carreiras, quer ainda quanto à próxima reforma orgânica e funcional da PSP. A PSP tem bons quadros, mas o Luís Carrilho é um dos melhores de sempre”.

Outro polícia, que trabalhou com ele, também não poupa nos elogios: “É uma pessoa que sabe estar, tem um sentido de missão, é um gentleman, como se costuma dizer. Tem todos os requisitos para ser um excelente diretor nacional. Depois há um conjunto de coisas que provavelmente ele vai ter dificuldade, porque não acredito que o Carrilho tenha uma postura como tinha o Barros Correia, do género ‘estou convosco nas reivindicações, eu vou facilitar, vocês têm razão’. Não acredito que o Carrilho tenha esta mensagem. Ele é aquele profissional cumpridor – primeiro está a missão, depois logo vemos. Ou seja, é aquela pessoa que absorve mesmo a missão e que entra contra tudo e todos, pois a missão é para cumprir. E este tipo de postura, por vezes, não se enquadra bem nas reivindicações, nos modelos de luta, naqueles formatos de contestação e portanto ele vai ter essa dificuldade. Por exemplo, ele não vai aceitar coisas como a história do Pedro Costa ir para a AR e faltar ao serviço, sem ser castigado. Tenho dúvidas que ele não assuma logo uma posição dura, que é o que provavelmente vai acontecer. Acho que vai dar um bom diretor nacional, vai é ter dificuldade em conviver com este tipo de reivindicações”.

E o que pensa Bruno Pereira, líder do SNOP: “Em primeiro lugar, a ministra devia explicar a nomeação atípica do Luís Carrilho. Gosto muito dele, é um oficial de mão cheia mas ainda assim a nomeação dele nos termos em que foi, tendo em conta a exigência de soberanos chefes, foi atípica. O SNOP pediu clarificação quanto a essa nomeação anormal, atípica, sem pôr em causa a legitimidade da decisão e a competência do visado”.