Se perder, Bolieiro pondera desistir de formar Governo

Se perder, Bolieiro pondera desistir de formar Governo


Líder do PSD Açores pode resistir à teoria dos blocos caso venha a reeditar-se uma derrota da sua AD.


As eleições são regionais, mas, a um mês das legislativas, o resultado que no domingo vier a resultar nas urnas açoreanas poderá ter forte impacto nas eleições nacionais.

A confirmarem-se os resultados da última sondagem da Universidade Católica, será impossível evitar leituras nacionais. Segundo o estudo, o Partido Socialista vence com 31% dos votos, seguido da AD com 26% e o Chega com 9%. Na distribuição de mandatos, a direita consegue 29 deputados contra 28 dos partidos à esquerda.

São resultados de molde a possibilitar a repetição da ‘caranguejola’ que permitiu ao PSD governar na região autónoma nos últimos três anos. Bolieiro tem fugido a antecipar cenários ao longo da campanha e, sabe o Nascer do SOL,ainda acredita numa vitória que lhe dê mais margem para negociar em posição de força. Seja como for, é práticamente certo que, mesmo em caso de vitória, a AD precisará sempre do apoio do Chega para governar e, se for esse o caso, Bolieiro vai deixando claro que não deixará de o fazer. «O PSD e os partidos da coligação mantêm intacta a sua capacidade de diálogo e a seriedade das suas intenções políticas», responde Bolieiro em entrevista que publicamos nesta edição.

Noutro passo da mesma entrevista, o ainda presidente do Governo Regional exclui o Chega da lista de responsáveis da queda do Executivo e, quando lhe é perguntado sobre a abertura para levar o partido de André Ventura para o Governo, responde: «Essa condição reforça o pedido que faço aos açoreanos para darem à coligação uma maioria estável».

Fontes do PSD/Açores ouvidas nos últimos dias pelo Nascer do SOL adiantam, no entanto, que, a confirmar-se uma vitória do Partido Socialista, pode haver uma surpresa. Ao que nos dizem, isso altera as circunstâncias políticas, mesmo que se mantenha uma maioria de direita no Parlamento regional. No interior da coligação há quem defenda que se devem retirar as devidas conclusões se os açoreanos, três anos depois, voltarem a dar a vitória aos socialistas. «Depois de três anos de Governo, esse resultado tem de significar alguma coisa», diz-nos um militante que adianta que essa será também a leitura de Bolieiro, que não quererá embarcar de novo em negociações difíceis com a Iniciativa Liberal e com o Chega, tendo consciência de que essa será sempre uma solução de grande fragilidade, a que se acrescenta um muito maior peso do Chega nas negociações.