A maioria dos portugueses já decidiu em quem vai votar nas eleições de 10 março de 2024, mas ainda há 45,6% dos eleitores que admitem não ter uma decisão fechada sobre o seu sentido de voto, segundo o estudo realizado pela Consulmark2 para o Nascer do SOL e EuroNews.
Mas se as eleições fossem hoje (havendo cerca de 23% de indecisos de quem se faz uma distribuição puramente aritmética), o PSD seria o partido mais votado, com 30% das intenções de voto, com uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre o PS, com 26%.
Realce-se que para dois terços do eleitorado (66,8%) não tem qualquer influência no seu sentido de voto saber-se se o líder e candidato a primeiro-ministro do PS é Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro, facto que, porém, releva para um terço dos votantes.
Por outro lado, com o Chega a destacar-se como terceira força política (disparando para os 17,2% nas intenções de voto), a direita aparece, para já, com uma clara maioria no futuro Parlamento, sendo que a Iniciativa Liberal (com 6,7%) surge como quarta força política, à frente do BE (4,4), e o CDS renasce (com 2,3%).
Enquanto isso, à esquerda, se o PS cai para 26%, sofrendo com o desgaste da crise política gerada pela demissão de António Costa na sequência da Operação Influencer, a surpresa maior vem da queda abrupta do PCP, que vê a CDU_(com 2,1%) ficar atrás do Livre (que tem os mesmos 2,3% do CDS) nas intenções de voto.
Nesta sondagem da Consulmark2 para o Nascer do SOL e EuroNews, os portugueses são esmagadores (78%) na concordância de que António Costa não tinha alternativa à demissão, sendo que apenas um em cada cinco (22%) acha que o primeiro-ministro podia ter continuado em funções.
E o mesmo é válido para a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de ter dissolvido a Assembleia da República e convocado eleições antecipadas: 83% estão de acordo com o Presidente e só 17% discordam.
O estudo permite ainda concluir que a crítica situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é a principal preocupação dos portugueses na atualidade (52,7% dos inquiridos apontam a Saúde no topo das prioridades), seguida da inflação e do custo de vida (37,9%), da habitação (28,2%) e da situação na Educação/Ensino (27,9%). Na lista do que mais preocupa os portugueses, surge depois o desenvolvimento económico fraco do país (16,5%) e a corrupção (14,1%).
Portugueses preferem José Luís Carneiro, mas dão vitória a Pedro Nuno Santos
José Luís Carneiro é mais simpático do que Pedro Nuno Santos, tem mais capacidade de diálogo com Presidente Marcelo e com a direita, conhece melhor os problemas do país, está mais próximo das pessoas, tem mais capacidade de liderança e transmite maior credibilidade. Já Pedro Nuno tem mais facilidade de comunicação, mais reconhecimento internacional e mais capacidade de diálogo com a esquerda. Estas são conclusões do estudo da Consulmark2, segundo o qual, com tudo somado, José Luís Carneiro é o preferido dos portugueses, mas Pedro Nuno Santos será o próximo líder do PS. Com efeito, a maioria dos inquiridos considera que o ministro da Administração Interna tem mais perfil para primeiro-ministro, mas o ex-ministro das Infraestruturas deverá vencer as diretas no PS e tem mais condições para assegurar uma melhor votação nas próximas legislativas.
Ficha técnica
Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal realizado pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 575 entrevistas efetivas: 280 homens e 295 mulheres; 34 entre os 18 e os 24 anos, 72 entre os 25 e os 34 anos, 96 entre os 35 e os 49 anos, 205 entre os 50 e os 64 anos e 168 para os 65 e mais anos; Norte 204, Centro 123, A. M. Lisboa 163, Alentejo 42, Algarve 23, R. A. Açores 10 e R. A. Madeira 10. Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI). O trabalho de campo decorreu entre 30 de novembro e 6 de dezembro de 2023. Taxa de resposta: 61,9%. O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de + 4,1%. Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.