Explosão em hospital de Gaza é responsabilidade do Hamas, diz Itália

Explosão em hospital de Gaza é responsabilidade do Hamas, diz Itália


“É preciso evitar o impacto nefasto da propaganda”, afirmou o chefe da diplomacia italiana


A Itália atribuiu ao Hamas, esta terça-feira, a explosão num hospital de Gaza na semana passada e colocou em causa o número de quase 500 mortos na explosão, afirmando que terá causado meia centena de vítimas mortais.

“O massacre é da responsabilidade do Hamas e não de Israel”, disse o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, que acrescentou estar convencido de que as vítimas da explosão no Hospital Al Ahli, em 17 de outubro, eram “50 e não 500”. 

Logo após a explosão, o Hamas acusou Israel de ter atacado o hospital com um míssil e provocado cerca de 500 mortos. O exército israelita divulgou depois uma série de provas, para negar qualquer responsabilidade e atribuiu a explosão a um disparo falhado de um foguete pelas milícias terroristas em Gaza.

O Presidente dos EUA foi o primeiro líder ocidental a aceitar a versão israelita, a que se seguiram outros dirigentes, como o primeiro-ministro britânico.

“É preciso evitar o impacto nefasto da propaganda”, afirmou o chefe da diplomacia italiana em entrevista, considerando que a reação de Israel tem sido “proporcional à agressão cobarde” de que foi alvo por parte do Hamas. 

O  ataque de 7 de outubro do Hamas a Israel causou mais de 1.400 mortos e o grupo terrorista também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, quatro dos quais foram entretanto libertados. Na sequência do ataque, Israel declarou guerra ao Hamas e mantém a Faixa de Gaza cercada e sujeita a bombardeamentos constantes que já provocaram mais de 5.300 mortos, 

Tajani disse que o conflito entre o Hamas e Israel não será curto e defendeu a necessidade de evitar que alastre regionalmente. “Tudo deve ser feito para manter o Líbano e o Irão fora, a situação é complexa e pode mudar a qualquer momento, de minuto a minuto”, afirmou.

O governante transalpino disse ainda que o Hamas não representa a totalidade do povo palestiniano e que a Autoridade Palestiniana, liderada por Mahmoud Abbas e com sede em Ramallah, na Cisjordânia, é o único interlocutor legítimo. “Dois povos e dois Estados é um objetivo pelo qual devemos trabalhar e do qual nunca devemos abdicar, sob pena de cedermos à lógica da guerra”, acrescentou.

O Hamas é considerado uma organização terrorista pela União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Israel