Bancos portugueses escapam ilesos

Bancos portugueses escapam ilesos


A tendência é que os bancos portugueses continuem, para já, a apresentar lucros, mas dimensão não é comparável com os outros europeus. Os resultados têm sido apresentados a conta gotas.


O sistema financeiro português não fica alheio às possíveis turbulências dos bancos europeus que poderão ou não ser arrastados pela instabilidade vivida nos Estados Unidos. A opinião é unânime juntos dos analistas contactados pelo Nascer do SOL. «Sabemos que o efeito sistémico rapidamente se propaga nos bancos e isso poderia levar a que o sistema financeiro português também fosse atingido. Neste momento ainda é cedo para que os bancos que operam em Portugal ‘sintam na pele’ os efeitos negativos na economia das escaladas das taxas de juro», refere o analista da XTB, Vítor Madeira.

Para Mário Martins, os impactos da alteração da política monetária serão sentidos em todas as jurisdições e a solidez será transversal a todo o sistema bancário europeu, «o que não exclui haver possibilidade de um ou outro caso de necessidade para ser intervencionado».

Por seu lado, Paulo Rosa admite que, os rácios de capital da banca portuguesa são «resilientes e os bancos portugueses estão bem capitalizados», enquanto Pedro Assunção refere que, «nesta altura, os bancos portugueses estão relativamente vulneráveis face à média dos bancos europeus», acrescentando também que «têm algumas limitações, como a sua dimensão reduzida e a sua concentração geográfica, mas muitos são já parte de grupos internacionais e, por isso, estes problemas esbatem-se».

 

Resultados no verde

Mário Martins acredita que os bancos vão manter os resultados positivos devido à subida dos juros. No entanto, deixa um alerta: «À medida que as imparidades vão aumentando, terão de ser incorporadas nas contas, o que poderá condicionar ou mesmo reduzir os lucros em algumas instituições».

Já Vítor Madeira mostra-se mais reticente e, mesmo admitindo que é expectável que consigam manter os lucros ou, até mesmo aumentá-los a curto prazo, refere que a médio e longo prazo o futuro é incerto para os bancos. «Tudo dependerá do comportamento dos indicadores económicos, como a inflação, o emprego e as taxas de juro. Sendo que a inflação e o emprego deverão desempenhar um papel determinante na trajetória das taxas de juro».

Os resultados dos três primeiros meses do ano vão sendo conhecidos a conta gotas. Esta sexta-feira vão ser conhecidos os lucros do BPI. Para já, foram revelados os lucros do Santander Totta que apresentou um aumento de 20% para 185,9 milhões de euros. Um aumento de 19,6% face aos 155,4 milhões registados no período homólogo.

Também o novobanco registou lucros de 148,4 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 4% face ao mesmo trimestre de 2022.

Quanto aos bancos de menor dimensão está o Montepio que fechou o primeiro