O conselheiro de segurança nacional do Presidente dos EUA, que criou o grupo na rede social Signal para discussão de planos militares e que incluiu um jornalista, assumiu na terça-feira a responsabilidade.
“Assumo total responsabilidade. Eu criei este grupo”, admitiu Mike Waltz à estação Fox News, na sua primeira entrevista desde as revelações. Waltz sugeriu que pode ter guardado o número do jornalista no seu telefone, pensando que pertencia a outra pessoa.
O chefe de redação da revista The Atlantic publicou, na segunda-feira, um longo artigo no qual pormenorizou as trocas de impressões entre altos responsáveis federais dos EUA sobre um plano de ataque militar aos rebeldes Houthis no Iémen, num grupo do serviço digital de mensagens Signal. Jeffrey Goldberg foi adicionado ao grupo por engano.
A Casa Branca confirmou a autenticidade da cadeia de mensagens, mas também declarou que não tinha sido revelada qualquer informação confidencial.
O diretor da CIA (Agência Central de Informações), a principal agência de serviços secretos externos dos EUA, confirmou, por seu lado, a presença neste círculo, mas defendeu aquilo que designou como o uso “autorizado e legal” da aplicação Signal.
Já Donald Trump minimizou a troca de mensagens, considerando tratar-se de “uma pequena falha”, salientando que foi “a única falha em dois meses” da sua presidência. Ao mesmo tempo, os democratas criticam no Senado a administração norte-americana por lidar com informações altamente sensíveis de forma descuidada.
Em declarações à NBC News, Trump disse que o lapso “acabou por não ser grave” e manifestou o apoio contínuo ao conselheiro de segurança nacional.
Mas a utilização da aplicação de mensagens Signal para discutir uma operação sensível expôs a Presidência a críticas ferozes por parte dos legisladores democratas, que expressaram indignação perante a insistência da Casa Branca e dos altos funcionários da administração de que não foi partilhada qualquer informação confidencial.