As reações dos partidos às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa

As reações dos partidos às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa


Os partidos já reagiram ao raspanete público que Marcelo Rebelo de Sousa deu ao Governo, em especial a António Costa e João Galamba. Houve reações para todos os gostos, os que concordaram, os que pediam que Presidente tivesse ido “mais além” e os que abertamente defendiam, ao contrário do que o chefe de Estado decidiu…


PSD concorda com Marcelo na preferência pela estabilidade e no reforço da vigilância

O PSD foi o primeiro partido a reagir, minutos após ter terminado a comunicação de Marcelo Rebelo de Sousa ao país. Foi ao secretário-geral Hugo Soares que coube transmitir a posição dos sociais-democratas que começou por dizer que concordava com o "reforço de vigilância” do Presidente da República, cujas críticas sobre a falta de responsabilidade subscrevem.

“O Governo fragilizou-se na autoridade e credibilidade”, afirma o dirigente, sublinhando que o “Governo está diminuído”.

“Se houver um cenário de eleições antecipadas a instabilidade deve-se única e exclusivamente ao PM", acusa ainda. o PSD, concordando, no entanto, que deve haver estabilidade” em nome do país.

 

IL critica Presidente e não concorda com decisão de não dissolver a Assembleia

“Houve uma avaliação arrasadora [de Marcelo Rebelo de Sousa”, começa por dizer o líder do partido, defendendo, no entanto, que o chefe de Estado deveria ter dissolvido a Assembleia.

“Não concordamos com a solução presidencial”, diz Rui Rocha, “O Presidente da República amarrou a avaliação deste seu mandato aos próximos tempos de António Costa. São ambos corresponsáveis por tudo o que vier a acontecer”, sublinhou Rui Rocha.

 

PAN apoia decisão do Presidente mas queria que Marcelo tivesse exigido remodelação

Para Inês Sousa Real, a posição do Presidente da República veio “ao encontro” do entendimento do PAN e da preocupação com a existência de “estabilidade”. No entanto, considera que Marcelo Rebelo de Sousa podia ter ido “mais além” para obrigar António Costa a fazer uma “reforma no Governo”.

“O primeiro-ministro deve fazer esta reflexão. Não basta levar um ralhete, Portugal precisa de reformas estruturais e de um sentido de bem comum”.

 

Chega critica Marcelo e defende que Presidente devia ter “terminado” com o Governo

“O Presidente da República arrasou completamente o ministro João Galamba. O ministro está acabado. Teve hoje o seu ponto final”, começa por dizer Pedro Pinto, do Chega.

Por outro lado, sublinhou que o Chega não concorda com a decisão do chefe de Estado em não dissolver o Parlamento, convocando eleições antecipadas.

“Confiou em alguém que não é confiável – António Costa. E devia ter ido mais além. Deveria terminado hoje mesmo com este Governo”, defendeu.

 

Livre queria que chefe de Estado tivesse ouvido os partidos

Rui Tavares disse que o Governo foi “amaldiçoado” pela maioria absoluta e que a situação tem de se alterar. Defende ainda que, com o Governo e a Presidência em crise intitucional, Marcelo deveria ter chamado a Belém a os partidos. “É pena”, lamentou o deputado, sublinhando que o Livre gostaria de ter tido a oportunidade de dizer que existe um plano para sair da crise e que a solução passa pelo Parlamento. 

 

PCP reage a Marcelo como reagiu a Costa: há questões mais importantes para discutir

Para a líder parlamentar do PCP, a discussão essencial, mais do que a crise política, deve incidir sobre os “problemas do país”.

Paula Santos apela ao primeiro-ministro e ao Presidente da República que se centrem nas questões dos salários e das pensões “que não chegam, “nas “dificuldades na habitação”, no “acesso à saúde” e nas “dificuldades para colocar comida na mesa”.

A deputada reconhece que o que o caso Galamba é uma “a situação é muito grave”, mas pede que “não se aproveite” o problema para “evitar soluções”.

“A Assembleia foi dissolvida há ano e meio”, lembrou a deputada, e o Governo conseguiu uma maioria absoluta. Por isso, conclui, “não há nada que impeça o Governo de dar resposta aos problemas”.

 

BE deixa críticas a Governo e ao Presidente

Mariana Mortágua começou por apontar que há um “óbvio problema de credibilidade”, com um Governo que inclui ministros que “mentem” e que são “sistematicamente” “absolvidos” pelo primeiro-ministro.

A bloquista responsabilizou também o chefe de Estado por ter criado as “condições” que levaram à maioria absoluta do PS.

“O Presidente da República está enredado numa maioria absoluta arrogante, prepotente e que não leva o país a sério”, acusa. “Não confiamos nem no Governo nem no presidente da República para apresentarem soluções que as pessoas esperam e precisam para o dia-a-dia”, acrescentou, prometendo uma “fiscalização” “séria” do Bloco de Esquerda ao Governo.

 

CDS discorda “frontalmente” da decisão de Marcelo

Nuno Melo uniu-se às críticas do Presidente ao Executivo e ao “fracasso da governação” socialista, mas defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa deveria ter dissolvido o Parlamento, discordado, por isso, “frontalmente” da decisão do chefe de Estado.

“Manter-se o atual quadro político perpetua um Governo diminuído e fragiliza o papel do Presidente da República. Não reagindo vigorosamente à desconsideração de António Costa, o PR permite que se instale uma ideia equivoca de que deixou de conseguir garantir um funcionamento normal das instituições democráticas”, considera o líder do CDS.

“O país precisa de um novo ciclo político que dê esperança aos portugueses. Infelizmente e pelo contrário, assistiremos agora a uma degradação ainda maior da situação política na situação atual”, acrescentou.