O mundo nunca esteve tanto de pernas para o ar. No Irão, por exemplo, milhões de pessoas arriscam a vida para terem mais liberdade e quando se fala em liberdade estamos a falar de as mulheres terem o direito de andarem com o cabelo ao vento. É óbvio que outros valores estão em causa, mas milhões correm o risco de ser atacados pela polícia dos costumes ou pelas milícias próximas dos aiatolas. Aos manifestantes faço a devida vénia.
Os exemplos de atos heroicos em todo o mundo, de pessoas que lutam por liberdade ou por melhores condições de vida, são altamente louváveis, mas é fácil escrever isso. Difícil é enfrentar esquadrões da morte como alguns enfrentam. Nem é preciso falar do povo ucraniano, que continua a resistir aos ataques bárbaros das tropas de Putin ou das mulheres afegãs que voltaram a ser consideradas objetos, depois da saída miserável das tropas do Ocidente. A propósito, onde estão aqueles que estavam sempre a condenar a presença das tropas ocidentais no Afeganistão? Mistérios…
Se de um lado temos então pessoas que se sacrificam em nome de um ideal de liberdade e de dignidade, do outro lado do mundo, nos países riquinhos, temos uns imbecis que descobriram a moda de atacar obras de arte, pedindo que se pare com o consumo energético.
Na maioria dos casos, dos tais ativistas, falamos de gente que nasceu em lares ricos e onde nunca lhes faltou nada, a não ser juízo. Brincam aos ambientalistas como podiam brincar ao monopólio. A brincadeira, imbecil, começou com a tentativa de danificar os Girassóis de Van Gogh, tendo os energúmenos usado sopas de tomate.
Como as modas das redes sociais são mais rápidas do que o Speedy González, logo outros cretinos atiraram puré de batata a um quadro de Monet. Há dois dias foi a vez de outros meninos mimados usarem um bolo de chocolate contra a estátua de cera do Rei Carlos III. Parece que os cabotinos colam as mãos a paredes e ainda não percebi porque não os deixam lá até a cola secar…