A degradação contínua da nossa classe política obriga à actuação firme da Sociedade Civil para conseguirmos resolver os problemas graves do nosso país. É urgentíssimo e vital que a nossa economia cresça. É imperativo melhorar a competitividade internacional da nossa economia. A Sociedade Civil tem de deixar a apatia em que vive e que permite que a classe política dirigente tome medidas que continuem a afastar os nossos jovens empreendedores do país. Portugal tem, indubitavelmente, de criar condições para reter os seus jovens talentos. O país tem condições naturais fantásticas e só não os retemos graças à falta de profissionalismo e de saber da nossa classe governante.
A classe política que nos governa parece não conseguir compreender o impacto que as Pequenas, Médias e Grandes Empresas têm no desenvolvimento económico do país. Se compreendesse tinha cumprido os acordos políticos elaborados, há alguns anos, por Pedro Passos Coelho e António José Seguro para uma redução do valor do IRC, que, seguramente, deveria ter um impacto positivo nos níveis salariais e nos investimentos do tecido empresarial português.
Em artigos anteriores debrucei-me sobre a arrogância da Classe Política, a degradação do Sistema Educativo, os problemas da Justiça, a elevada burocracia e a alta carga tributária, a Corrupção, os níveis de endividamento do Estado, os incríveis erros de gestão de recursos humanos praticados no Sistema Nacional de Saúde, a que voltarei neste artigo, os inaceitáveis investimentos ferroviários em bitola ibérica, o perigosíssimo fecho de todas as centrais termo-eléctricas a carvão e a falta de crescimento económico, como assuntos de fundo, para os quais a Sociedade Civil tem de se consciencializar e de exigir uma solução urgente à Classe Política.
Os incríveis erros da gestão dos recursos humanos praticados no Serviço Nacional de Saúde são a causa do caos permanente existente neste Serviço. Porque se este Serviço funcionasse significaria que os princípios salutares de Gestão que aprendi e que sempre lutei por praticar, ao longo de mais de trinta anos, estavam todos errados.
Lamentavelmente também erros de gestão estão implícitos no flagelo dos incêndios que têm, infelizmente, assolado o nosso país nesta altura do ano. Lembro os incêndios de 2003 e de 2017 e parece-me que pouco ou nada foi feito a nível de legislação, prevenção e até mesmo responsabilização. É urgente que se altere a legislação responsabilizando de forma muito mais incisiva quem está na origem destes acidentes.
Começo, felizmente, a ver muitas declarações de políticos que, tal como eu, pensam que temos de melhorar a Qualidade da nossa Democracia e que para isso é fundamental introduzirem-se Círculos Uninominais para a eleição dos Deputados da Nação, assunto que nós na APDQ vimos trabalhando desde 2014.
Foi em 2014 que reunimos com o Dr. António Costa do Partido Socialista e que o mesmo se declarou apoiante das nossas ideias e da Reforma do Sistema Eleitoral que estávamos a propor. E, de facto, uma reforma do Sistema Eleitoral, tal como propúnhamos, fez parte do programa Eleitoral do PS em 2015 e em 2019. Mas vá se lá saber porque nunca fez parte do Programa dos Governos do PS! Por imposição dos parceiros da geringonça? Infelizmente, nenhuma proposta de Reforma do Sistema Eleitoral fez parte do Programa do PS submetido às eleições de 31 de Janeiro passado. Contudo, registo com grande satisfação que o Presidente do PS, Dr. Carlos César, tenha afirmado recentemente que o assunto deveria ser debatido.
É o momento da Sociedade Civil mostrar aos Partidos que pretende ter um relacionamento diferente com a Classe Política e que, para isso, é crucial começar pela imprescindível Reforma da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, por forma a que um elevado número de Deputados seja escolhido pelo voto directo dos eleitores em Círculos Uninominais, nos quais é eleito o Deputado mais votado.
A APDQ-Associação Por Uma Democracia de Qualidade, juntamente com a Sedes, sob a liderança de José Ribeiro e Castro, elaborou uma proposta de grande relevo de Reforma do Sistema Eleitoral, para uma Assembleia da República com 105 Deputados eleitos pelo mesmo número de círculos uninominais (em que é eleito só o deputado mais votado). Esta proposta pode ser consultada no link: https://lnkd.in/ervfVep6
Volto a afirmar que a iniciativa da Sociedade Civil, com a desejável participação em força dos mais jovens, é absolutamente fundamental para o desenvolvimento destes projectos de enorme relevância cívica, política e económica.