Sri Lanka. Candidato da oposição desiste da corrida presidencial

Sri Lanka. Candidato da oposição desiste da corrida presidencial


Premadasa desistiu das eleições para apoiar rival, que será um obstáculo ao primeiro-ministro.


O principal líder da oposição do Sri Lanka, Sajith Premadasa, retirou-se da corrida presidencial com vista a apoiar um candidato rival, Dullas Alahapperuma, o que representa um desafio significativo à candidatura do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, ao cargo executivo.

Premadasa afirmou que esta decisão era “para o bem maior do país que ama e das pessoas que aprecia” e, por isso, optou por “retirar a candidatura ao cargo de Presidente”, prometendo o seu apoio a Alahapperuma, membro de um grupo dissidente do partido governante do Sri Lanka Podujana Peramuna (SLPP) e que, segundo o Guardian, haverá especialistas a acreditar que a decisão de se retirar da corrida presidencial terá sido motivada, em parte, pelo difícil futuro político que qualquer Presidente que assuma o cargo irá agora  enfrentar. 

O novo Executivo, que se propõe ser um Governo de unidade entre partidos, deverá durar apenas seis a oito meses, até que o país possa ir a eleições parlamentares. Já as eleições presidenciais estão marcadas para novembro de 2024.

Com a desistência de Premadasa, restam três políticos – incluindo o atual Presidente interino do Sri Lanka e ex-primeiro-ministro – a apresentar a candidatura à liderança do país. Uma solução que será decidida hoje pelo Parlamento, em votação secreta.

O parlamento do Sri Lanka anunciou que, além de Wickremesinghe, estão na corrida dois outros deputados: o antigo ministro Dullas Alahapperuma, do SLPP, partido que apoiava o ex-chefe de Estado Gotabaya Rajapaksa; e Anura Kumara Dissanayake, da coligação de esquerda NPP.

A candidatura de Wickremesinghe foi recebida com surpresa, uma vez que, apesar de ter recebido o apoio do SLPP, o Presidente interino tinha dito que não iria concorrer.

A possível nomeação de Wickremesinghe tem sido alvo de críticas, por ser considerada uma continuação do governo de Rajapaksa, o que poderá abrir portas a um possível regresso do Presidente, que renunciou ao cargo na sexta-feira, após ter fugido para as Maldivas e, mais tarde, para Singapura.

A oposição política e os manifestantes acusam a família Rajapaksa, que dominou a vida política da ilha durante décadas, de desvio de fundos públicos e responsabilizam-no pelas medidas impostas pelo chefe de Estado de provocarem o colapso económico do país.