ABC sem LGBT


A sexualidade está em vias de deixar de ser binária, se ninguém se interrogar sobre a razoabilidade destas iniciativas camufladas com pele de cordeiro e que servem interesses exclusivamente económicos.


O tema é polémico e irá continuar a ser, enquanto houver pessoas que pensem e não se privem de manifestar a sua discordância, trazendo para o espaço público reflexões e argumentos que possam contribuir para o esclarecimento de todos os que se interessam e preocupam com a sociedade e com o seu futuro. 

Começo por expressar o meu desagrado e incómodo cada vez que me deparo com um cartaz da FOX Life numa estação de autocarro, no metro, pelas ruas da cidade como se tratasse de uma pedagogia desinteressada, sinónimo de um contributo educativo para uma nação que se entende como desinformada e precária.

Se já sabe a que me refiro e já teve a sensibilidade para perceber o tom em que vou continuar a escrever sobre o dicionário deste canal televisivo, que muito tem que se diga, e está a ficar com urticária e a afiar os dentes para cair em cima de mais uma incauta que se atreveu a tornar pública a sua opinião, por favor, interrompa aqui e passe para o artigo seguinte.

A opção, talvez a mais comum, e também transversal a estes “polícias” das redes sociais, é seguir o guião de conduta que caracteriza estes grupos e iniciar uma cruzada para me cancelar no espaço digital. A cultura de cancelamento é muito eficaz sempre que alguém põe em causa uma ideologia, leia-se ideias.

Continuando, para os que não têm o hábito de ver séries na FOX Life, fiquem sabendo que os intervalos são preenchidos com um momento (não se pode dizer que é anúncio, porque foi o próprio canal televisivo que o editou e pôs no ar, às suas expensas) que se chama ABCLGBTQIA+, com o subtítulo “Aprender faz parte”.

Pretende ser um dicionário onde estão incluídas todas as terminologias associadas à identidade de género e sexualidade, que vai sendo atualizado à medida que novas formas de género e de sexualidade vão emergindo, tal como o Times refletiu no inquérito que fez aos seus leitores sobre a sua identidade e como se auto-classificavam. Um despropósito sem igual. A mensagem tem tanto de perspicaz, quanto de maldosa: se ainda não sabes, é porque és um analfabeto. Por isso, toca a ensinar todos sobre nada.

O “nada”, camuflado de siglas pomposas e em sintonia com a literacia digital, torna-se imperativo para os que sofrem de FOMO (fear of missing out). Ninguém quer ser apanhado na curva e não saber o que é um cisgénero (eu deixei de ser do sexo feminino, para ser cisgénero), um semissexual ou um género fluído… E aqui, a FOX e não só, sabem muito bem que botões pressionar nos indivíduos para os capturar para este regimento que vai engrossando as suas fileiras, à conta do seu isolamento e receios.

A sexualidade está em vias de deixar de ser binária, se ninguém se interrogar sobre a razoabilidade destas iniciativas camufladas com pele de cordeiro e que servem interesses exclusivamente económicos, numa primeira motivação, sem qualquer pudor ou respeito pelos efeitos devastadores que podem ter na estruturação da sociedade.

Em nome da libertação dos homens e das mulheres, os responsáveis por estas campanhas estão bem cientes que contribuem para o aumento de indivíduos cada vez mais isolados, ávidos de companhia que procuram nas redes sociais ou na televisão, sem valores de referência e por isso moldáveis, tal e qual um pedaço de plasticina, e, o mais importante, mais consumistas.

Pode parecer rebuscado, mas não o é mais do que as teorias clínicas que têm sido ressuscitadas desde o início do século XX, enfatizando somente um certo período temporal de certas experiências e esquecendo os resultados a longo prazo que evidenciaram, como foi o caso concreto dos gémeos de John Money e que, ainda hoje, é citado como o caso de sucesso e preconizador do termo “género” e da introdução de uma terceira categoria, para além do masculino e do feminino. 

Se começarmos à procura de respostas clínicas e científicas para estas posições mediáticas e que já são plasmadas na Lei, enquanto políticas públicas, será difícil não compreender que esta ideologia tem pés de barro. Por detrás da questão da identidade de género está toda uma ideologia que visa a reeducação das crianças, as mais vulneráveis, mas o ativo mais precioso pela sua longevidade, no que se refere à diferença radical do ser humano: homem e mulher. A negação desta divisão binária entre os sexos promove e incentiva à exclusiva perceção de si próprio e do desejo individual sobre um todo, contrariando os valores da identidade pessoal, familiar e social.

A discussão está longe de ser clara porque os fundamentos genuínos destes argumentos nunca foram assumidos e porque, na verdade, a bem de se conquistarem certos direitos e reconhecimento social, enveredou-se por um exagero argumentativo que, por acaso, até colheu a simpatia de alguns e, dessa forma, foi sendo replicado até hoje nos defrontarmos com cartazes à portas de escolas a ensinarem às crianças com mais de seis anos o glossário da identidade de género. 

Um atentado à inocência e um desrespeito por todos os que são tolerantes, inclusivos e “construtores” de uma sociedade para todos. Não desaprovar este tipo de publicidade maniqueísta agressiva, permitindo que os mais novos acordem prematuramente para questões impróprias para o seu entendimento, é a desresponsabilização completa de quem observa um atropelamento e segue em frente, como se não fosse nada consigo.

ABC sem LGBT


A sexualidade está em vias de deixar de ser binária, se ninguém se interrogar sobre a razoabilidade destas iniciativas camufladas com pele de cordeiro e que servem interesses exclusivamente económicos.


O tema é polémico e irá continuar a ser, enquanto houver pessoas que pensem e não se privem de manifestar a sua discordância, trazendo para o espaço público reflexões e argumentos que possam contribuir para o esclarecimento de todos os que se interessam e preocupam com a sociedade e com o seu futuro. 

Começo por expressar o meu desagrado e incómodo cada vez que me deparo com um cartaz da FOX Life numa estação de autocarro, no metro, pelas ruas da cidade como se tratasse de uma pedagogia desinteressada, sinónimo de um contributo educativo para uma nação que se entende como desinformada e precária.

Se já sabe a que me refiro e já teve a sensibilidade para perceber o tom em que vou continuar a escrever sobre o dicionário deste canal televisivo, que muito tem que se diga, e está a ficar com urticária e a afiar os dentes para cair em cima de mais uma incauta que se atreveu a tornar pública a sua opinião, por favor, interrompa aqui e passe para o artigo seguinte.

A opção, talvez a mais comum, e também transversal a estes “polícias” das redes sociais, é seguir o guião de conduta que caracteriza estes grupos e iniciar uma cruzada para me cancelar no espaço digital. A cultura de cancelamento é muito eficaz sempre que alguém põe em causa uma ideologia, leia-se ideias.

Continuando, para os que não têm o hábito de ver séries na FOX Life, fiquem sabendo que os intervalos são preenchidos com um momento (não se pode dizer que é anúncio, porque foi o próprio canal televisivo que o editou e pôs no ar, às suas expensas) que se chama ABCLGBTQIA+, com o subtítulo “Aprender faz parte”.

Pretende ser um dicionário onde estão incluídas todas as terminologias associadas à identidade de género e sexualidade, que vai sendo atualizado à medida que novas formas de género e de sexualidade vão emergindo, tal como o Times refletiu no inquérito que fez aos seus leitores sobre a sua identidade e como se auto-classificavam. Um despropósito sem igual. A mensagem tem tanto de perspicaz, quanto de maldosa: se ainda não sabes, é porque és um analfabeto. Por isso, toca a ensinar todos sobre nada.

O “nada”, camuflado de siglas pomposas e em sintonia com a literacia digital, torna-se imperativo para os que sofrem de FOMO (fear of missing out). Ninguém quer ser apanhado na curva e não saber o que é um cisgénero (eu deixei de ser do sexo feminino, para ser cisgénero), um semissexual ou um género fluído… E aqui, a FOX e não só, sabem muito bem que botões pressionar nos indivíduos para os capturar para este regimento que vai engrossando as suas fileiras, à conta do seu isolamento e receios.

A sexualidade está em vias de deixar de ser binária, se ninguém se interrogar sobre a razoabilidade destas iniciativas camufladas com pele de cordeiro e que servem interesses exclusivamente económicos, numa primeira motivação, sem qualquer pudor ou respeito pelos efeitos devastadores que podem ter na estruturação da sociedade.

Em nome da libertação dos homens e das mulheres, os responsáveis por estas campanhas estão bem cientes que contribuem para o aumento de indivíduos cada vez mais isolados, ávidos de companhia que procuram nas redes sociais ou na televisão, sem valores de referência e por isso moldáveis, tal e qual um pedaço de plasticina, e, o mais importante, mais consumistas.

Pode parecer rebuscado, mas não o é mais do que as teorias clínicas que têm sido ressuscitadas desde o início do século XX, enfatizando somente um certo período temporal de certas experiências e esquecendo os resultados a longo prazo que evidenciaram, como foi o caso concreto dos gémeos de John Money e que, ainda hoje, é citado como o caso de sucesso e preconizador do termo “género” e da introdução de uma terceira categoria, para além do masculino e do feminino. 

Se começarmos à procura de respostas clínicas e científicas para estas posições mediáticas e que já são plasmadas na Lei, enquanto políticas públicas, será difícil não compreender que esta ideologia tem pés de barro. Por detrás da questão da identidade de género está toda uma ideologia que visa a reeducação das crianças, as mais vulneráveis, mas o ativo mais precioso pela sua longevidade, no que se refere à diferença radical do ser humano: homem e mulher. A negação desta divisão binária entre os sexos promove e incentiva à exclusiva perceção de si próprio e do desejo individual sobre um todo, contrariando os valores da identidade pessoal, familiar e social.

A discussão está longe de ser clara porque os fundamentos genuínos destes argumentos nunca foram assumidos e porque, na verdade, a bem de se conquistarem certos direitos e reconhecimento social, enveredou-se por um exagero argumentativo que, por acaso, até colheu a simpatia de alguns e, dessa forma, foi sendo replicado até hoje nos defrontarmos com cartazes à portas de escolas a ensinarem às crianças com mais de seis anos o glossário da identidade de género. 

Um atentado à inocência e um desrespeito por todos os que são tolerantes, inclusivos e “construtores” de uma sociedade para todos. Não desaprovar este tipo de publicidade maniqueísta agressiva, permitindo que os mais novos acordem prematuramente para questões impróprias para o seu entendimento, é a desresponsabilização completa de quem observa um atropelamento e segue em frente, como se não fosse nada consigo.