O Parlamento húngaro elegeu pela primeira vez uma mulher para o cargo de Presidente do país. Katalin Novák, ex-ministra do Tabalho de 44 anos, tomará posse a 10 de maio e recebeu 137 votos, enquanto o candidato da oposição o economista Péter Róna, conquistou 51 dos 188 votos emitidos. O Parlamento húngaro tem no total 199 lugares.
Na votação desta quinta-feira, Katalin Novák teve o apoio do partido Fidesz, ao qual pertence, assim como o primeiro-ministro húngaro. Dos 199 lugaresdo Parlamento, a partido ocusa 133.
Como ministra da Família do Governo de Viktor Orbán, Novák era a peça central da defesa de uma visão tradicional da família, tendo tentado colocar fim ao declínio demográfico no país.
"Nós, mulheres, criamos filhos, cuidamos dos doentes, cozinhamos, podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo, ganhar a vida, ensinar, ganhar prémios Nobel", disse Katalin Novák, durante um discurso antes da votação de hoje.
"Conhecemos o poder das palavras, mas podemos ficar em silêncio e ouvir quando necessário, e defender as nossas famílias se o perigo ameaçar", acrescentou.
A eleição de Katalin Novák foi considerada de extrema importância devido ao facto de ser leal a Viktor Orbán, partilhando com este ideias conservadoras.
Mas, se a oposição vencer as eleições gerais de 3 de abril, o novo Governo terá de conviver durante cinco anos com uma chefe de Estado que, apesar de ter poderes executivos limitados, poderá atrapalhar o trabalho.
Aos 44 anos, Nóvak, além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo, é também a pessoa mais jovem a ser Presidente do país.
Estas foram as oitavas eleições presidenciais no país desde a queda da ditadura comunista, em 1989, sendo que, até agora, apenas dois presidentes foram reeleitos: Árpád Göncz (eleito em 1990 e 1995) e o atual Presidente, János Áder (eleito em 2012 e 2017).
Eleito por um período de cinco anos, o Presidente é o cargo mais alto da República húngara, mas, ao mesmo tempo, é de uma natureza eminentemente representativa e cerimonial, com poderes limitados, embora possa bloquear temporariamente a aprovação de leis ou convocar referendos.
Isso significa que o Presidente só pode vetar uma lei uma vez: se o Parlamento a aprovar novamente, o chefe de Estado deve assiná-la e publicá-la.
O Presidente é também responsável pela convocação das eleições, é o comandante das forças armadas e nomeia os reitores das universidades e o governador do Banco Nacional, entre os candidatos recomendados por aquelas instituições.