Um proeminente notário judeu de Amsterdão, Arnold van den Bergh, terá revelado o endereço do Anexo Secreto, onde Anne Frank e a sua família estavam escondidos, na capital holandesa, no que teria sido um acordo com os nazis em troca de garantir a segurança da sua própria família.
Há seis anos que uma equipa de investigadores internacionais, incluindo o agente aposentado do FBI Vince Pankoke, tentam resolver aquele que é “o caso aberto mais antigo da história”: quem traiu Anne Frank ao revelar o endereço do Anexo Secreto à Gestapo?
Em alguns resultados publicados esta segunda-feira (77 anos após o ocorrido), os investigadores concluíram que o notário terá traído a família Frank "em legítima defesa" – teoria que pelo menos o próprio pai da jovem, Otto Frank, assumiu como válida.
Os especialistas estudaram vários dados, registos perdidos e informações de testemunhas falecidas. A teoria é baseada numa cópia de uma nota anónima que foi entregue a Otto Frank após a Segunda Guerra Mundial e que os investigadores localizaram nos arquivos de um polícia.
A nota afirma que Van der Bergh, membro de um conselho judaico – um órgão administrativo que os alemães forçaram os judeus a estabelecer – havia dado informações sobre o esconderijo da família Frank, juntamente com outros endereços usados por aqueles que estavam escondidos.
Como membro desse conselho proeminente, Van den Bergh parece ter feito um grande esforço para obter uma suspensão temporária da deportação.
O endereço chegou às mãos de um oficial da SS, que ordenou que o seu pessoal fosse, a 4 de agosto de 1944, ao local para prender a família de Anne Frank. Contudo,os investigadores admitem que ainda faltam evidências conclusivas sobre como o notário encontrou o endereço.
A inteligência artificial foi usada para pesquisar 66 'gigabytes' de informações, procurando, por exemplo, ligações com outros esconderijos, eliminando a teoria de que a descoberta era coincidência.