Hong Kong. Mais 10 meses de prisão para promotora da vigília de Tiananmen

Hong Kong. Mais 10 meses de prisão para promotora da vigília de Tiananmen


No mês passado, Chow já tinha sido condenada por incitamento a participar na vigília de 2020 a um ano de prisão, acrescentando-se agora mais 10 meses ordenados hoje pelo tribunal.


A ativista e advogada Chow Hang-tung foi hoje condenada em Hong Kong a mais dez meses de prisão por incitar à participação na tradicional vigília em memória das vítimas do chamado massacre de Tiananmen, segundo a imprensa local.

No mês passado, Chow já tinha sido condenada por incitamento a participar na vigília de 2020 a um ano de prisão, acrescentando-se agora mais 10 meses ordenados hoje pelo tribunal.

Em 2020 e 2021, as autoridades não autorizaram a vigília, organizada pela Hong Kong Alliance in Support of China's Democratic Patriotic Movements (HKA), citando razões de saúde devido à pandemia de covid-19.

Apesar disso, Chow publicou dois artigos prometendo continuar a tradição e convidou os seus leitores a assistir à vigília.

O tribunal chamou Chow de "convencida" e acusou-a de "fazer troça da lei", em consonância com o tribunal que a condenou no mês passado, que disse não ter em conta a posição política de Chow mas sim "a grave ameaça à saúde pública" colocada pelo evento comemorativo.

Desde que os protestos anti-governamentais abalaram a cidade em 2019, Pequim apertou o seu controlo sobre a antiga colónia britânica.

Uma nova lei de segurança nacional para o território criada em 2020 prevê penas de prisão perpétua para crimes de secessão ou conluio com forças estrangeiras.

Em 2021, mais de cinquenta organizações de Hong Kong decidiram dissolver-se para minimizar os riscos para os seus membros de serem acusados de qualquer dos crimes previstos na controversa lei.

Desde que a lei de segurança entrou em vigor, mais de cem pessoas foram presas, incluindo muitos ativistas pró-democracia, bem como alguns jornalistas que anteriormente trabalhavam para o agora extinto Apple Daily and Stand News.

Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".