Angariados mais de 190 mil euros para ajudar Nuno Barahona Abreu, médico que ficou tetraplégico

Angariados mais de 190 mil euros para ajudar Nuno Barahona Abreu, médico que ficou tetraplégico


Através da generosidade de 5289 apoiantes, o profissional de saúde angariou 196 mil e 552 euros até às 22h desta segunda-feira.


Depois de ter partilhado a sua história com o auxílio de familiares e amigos, Nuno Barahona Abreu, médico cirurgião de 42 anos que ficou tetraplégico devido a um acidente, ultrapassou o objetivo de angariar 190 mil euros para adaptar a casa às suas necessidades e ir aos EUA para ser submetido a uma cirurgia ortopédica inovadora de Regeneração e Bypass Medular.

"A melhor prenda de Natal, este ano, foi termos atingido o objetivo dos 190 mil euros ainda no dia 24 de dezembro", declara, em conversa com o Nascer do SOL, Marta Barahona Abreu, irmã de Nuno. "Não só o facto de termos atingido o objetivo, mas também o apoio das pessoas que conhecem o Nuno ou que, mesmo não o conhecendo, sentiram como se tivesse sido com alguém de quem gostam", explica. "E isso foi para toda a família, mãe pai, irmãs filhos e mulher a melhor motivação para seguir este caminho longo e muito duro que temos pela frente. Como disse o Nuno ainda hoje no programa 'Casa Feliz' da SIC, esperamos poder retribuir e ser para vocês todos um bocadinho daquilo que foram para nós! Um bem-haja a todos, juntos fazemos a diferença!".

Recorde-se que o profissional de saúde foi surfar na manhã de 29 de setembro. Como o Nascer do SOL noticiou no passado dia 18 de dezembro, telefonou a amigos e ninguém teve a oportunidade de se juntar a ele. Decidiu aventurar-se no mar como sempre fizera, mas uma onda atirou-o para o fundo do mar e, quando se apercebeu daquilo que estava a acontecer, não foi capaz de mexer os membros inferiores e superiores. “Mesmo com as ondas a caírem em cima dele, conseguiu vir à superfície por causa do fato, porque boia, e foi deixando as ondas passarem-lhe por cima”, explicou Marta, lembrando que, entretanto, vários amigos e conhecidos já haviam chegado à praia de Supertubos, em Peniche, reconheceram-no e resgataram-no. Depois de ter estado internado 15 dias na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santa Maria e mais de um mês na enfermaria de Ortopedia, o cirurgião foi transferido para o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. 

"O que se sente é que podia haver mais recursos humanos e isto leva a que haja dificuldades no dia a dia, mas não há falta de empenho. Houve de facto greves, mas acho que se sentiram mais repercussões ao nível da enfermagem e das auxiliares de ação médica. A higiene é feita mas, nos dias de protesto, os doentes mais dependentes, muitas das vezes, não fazem o levante. E isso é muito duro para quem tem uma dependência. Têm o cuidado de mudar as pessoas de posição, mas a verdade é que passar muito tempo deitado aumenta a rigidez muscular, a mobilidade diminui e existem consequências psicológicas, até porque o resto dos doentes anda de um lado para o outro", narrou, no dia 19 de dezembro, Nuno, contando que este primeiro internamento, que teve início no dia 4 de novembro, tem o objetivo primordial de potenciar as suas capacidades físicas "que sobram" como a mobilidade do tronco e membros superiores e também torná-lo o máximo possível. "Para que me consiga deslocar de cadeira de rodas, mas também sentar-me e levantar-me". 

Até às 18h40 daquele domingo, Nuno havia conseguido angariar 159 mil e 173 euros, ou seja, 83% do montante ambicionado para conseguir ter um quotidiano adaptado à sua nova realidade. Volvidos oito dias, através da generosidade de 5289 apoiantes, chegou aos 196 mil e 552 euros por volta das 22h desta segunda-feira. No entanto, tendo em conta que as despesas são muitas, e o profissional é casado e pai de dois filhos pequenos – de Henrique, de sete anos, e Jacinto, de seis -, a campanha estará em vigor até às 18h do dia 11 de fevereiro de 2022. Pode contribuir para esta causa aqui, clicando no ícone azul com a palavra 'Contribuir'.