A polícia alemã revelou ter realizado buscas e apreendido várias armas hoje numa operação na Saxónia, após as ameaças de morte feitas a um líder regional por um movimento negacionista e anti-vacinas contra a covid-19.
A polícia criminal da Saxónia (leste da Alemanha), apoiada por forças especiais de intervenção, realizou buscas em Dresden e Heidenau hoje de manhã, na sequência das ameaças de morte dirigidas em particular ao ministro-presidente do estado, Michael Kretschmer, da União Democrata-Cristã (CDU).
Esta região da ex-República Democrática Alemã (RDA) é um reduto do movimento que se opõe às restrições impostas face à necessidade de se tentar travar a propagação do novo coronavírus e também um bastião da extrema-direita que, segundo as autoridades locais, está na vanguarda do movimento.
A operação surgiu depois de jornalistas da cadeia pública de televisão ZDF se terem infiltrado num grupo do serviço de mensagens Telegram, no qual teriam, de acordo com as fontes, sido feitas ameaças de morte contra Kretschmer, favorável à vacinação.
"As declarações de alguns membros do grupo deixavam entender que poderiam estar na posse de armas reais e de bestas", indicou a polícia num comunicado.
O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu liderar uma luta implacável contra uma "minoria de extremistas negacionistas".
A investigação tem como alvo cinco homens e uma mulher "suspeitos da preparação de um ato grave de violência" e de terem "planos para assassinar" o ministro-presidente da Saxónia, entre outras autoridades regionais", refere o comunicado da polícia, que não adianta se foram feitas detenções nem quantas armas foram apreendidas.