Linhas Vermelhas. Portugal poderá superar média de 240 casos por 100 mil habitantes daqui pelo menos 20 dias

Linhas Vermelhas. Portugal poderá superar média de 240 casos por 100 mil habitantes daqui pelo menos 20 dias


Portugal está a manter uma baixa pressão nos serviços de saúde, contudo isto poderá sofrer alterações devido ao “agravamento da situação epidemiológica na Europa” e ao “aumento da intensidade epidémica” que está em fase crescente no país. Algarve tem a maior incidência cumulativa de casos e a maioria dos grupos etários está a sentir um aumento…


A pandemia de covid-19 está atualmente com uma "tendência crescente a nível nacional", assinala o Relatório das Linhas Vermelhas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta sexta-feira. 

Segundo a análise dos "diferentes indicadores", as duas autoridades indicam que Portugal tem uma "atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada", justificando este nível com a reduzida "pressão nos serviços de saúde" e o ligeiro "impacto na mortalidade", e notando, em contrapartida, "uma interrupção da tendência decrescente na mortalidade por Covid-19". 

De acordo com os dados do relatório, "o número de novos casos de infeção pela covid-19, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 138 casos", estando a crescer em todos os territórios do país. Contudo, "nenhuma região apresentou uma incidência superior ao limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes".

Ainda assim, estima-se que este limiar "possa ser ultrapassado em 15 a 30 dias”, apontam as autoridades, uma vez que o RT – índice de transmissibilidade – "apresenta valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,15) e em todas as regiões".

Porém, o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos apenas no território continental "revelou uma tendência estável, correspondendo a 25% (na semana anterior foi de 29%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas".

Ainda assim, o relatório deixa um aviso: "o agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deve condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados de saúde no próximo mês".

A região na qual a incidência mais cresceu – 38% face à semana passada – foi o Algarve, estando a caminhar para perto do limiar dos 240 casos. Já o Centro, que registou grandes números diários de casos esta semana, está com uma incidência de 208 infeções e teve o segundo maior aumento regional de 36%.

Quanto à incidência cumulativa por grupos etários, a DGS e o INSA verificam também uma "tendência globalmente crescente na maioria" das faixas etárias. “O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (198 casos por 100 000 habitantes)", enquanto o mais estável é o das pessoas com 80 ou mais anos. 

Já no grupo etário das pessoas com 65 ou mais anos também apresenta uma "tendência crescente", com o número de novas infeções por 100 mil habitantes acumulado a 14 dias a ser de "103 casos".

Em relação à mortalidade, as autoridades acreditam que esteja a ocorrer "a interrupção da tendência decrescente que se vinha a observar", uma vez que se contabilizaram "oito óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes". Esta taxa de mortalidade revela, contudo, "um impacto reduzido da pandemia na mortalidade geral".

A variante Delta (B.1.617.2) é a "dominante em todas as regiões", com uma "frequência relativa de 99,7% dos casos avaliados" na semana entre 25 a 31 de outubro, em Portugal.