A degradação contínua da nossa classe política torna evidente que só com uma actuação muito forte e organizada da Sociedade Civil vamos conseguir resolver os graves problemas do nosso país.
A degradação económica do país está a ter consequências muito nefastas para os portugueses. Caminhamos para a cauda da Europa em termos de PIB/capita e agora é tempo da Sociedade Civil impor níveis de Crescimento aos governantes para, desta forma, conseguirmos proteger os nossos níveis de salários e de reformas.
É altura da Sociedade Civil declarar a sua oposição ao aumento desmesurado do Sector Público Estatal. As consequências deste aumento vão ser graves para os portugueses, que parece que se esqueceram das três bancarrotas que o país sofreu, por sinal, todas originadas em governações socialistas.
A classe política que nos governa parece não conseguir compreender o impacto que as Pequenas, Médias e Grandes Empresas têm no desenvolvimento económico do país. Se conseguissem compreender teriam elaborado um PRR muito mais concentrado na actividade do Sector Privado. De forma alguma esta é a altura de se mexer na legislação laboral, é a altura de trabalharmos para melhorar a competitividade internacional da nossa economia.
A classe política tem agora o enorme desafio de actuar para conter os aumentos desmedidos dos custos da electricidade, pois estes estão associados a medidas exageradas de política ambiental e, como me parece, pela forma como a energia produzida é vendida. Sobre este assunto, que muito tenho estudado, registei na semana passada muitos políticos europeus a declararem que a razão do aumento do preço da eletricidade tem origem no aumento do preço do gás natural. Afirmações estas para mim muito estranhas, pois o preço da electricidade tem sido mais do que 7 vezes o preço de há um ano (de 40 €/MWh para 300 €/MWh!), em países e em horas em que o peso da produção com origem no gás natural era de apenas 6% do total da produção elétrica, sendo a produção com origem em carvão ainda mais diminuta. Considero que tal situação verdadeiramente bizarra não é para ser muito comentada por um engenheiro como eu, mas por advogados especialistas em Direito da Concorrência, já que o aumento que se tem verificado no preço do gás e a aplicação das taxas de carbono em nada afectam o custo da produção da larga maioria das restantes fontes de geração de electricidade!
A classe política que nos governa usa de uma arrogância extrema que os cidadãos deste país não podem permitir porque essa arrogância é inimiga do imprescindível trabalho em equipa e também porque só a usa quem sabe que tem muitas debilidades a esconder.
A classe política que nos governa não compreende ainda que, o futuro da nossa Sociedade está assente no Sistema Educativo e o que temos é infelizmente gerido, há muitos anos, por pessoas afectas ao Partido Comunista Português e a outros partidos da esquerda radical. Como consequência, os alunos não são ensinados, nem treinados sobre teorias de Economia Social de Mercado, nem sobre as vantagens dos princípios de Liberdade Económica. Assim, lamentavelmente, não estamos a preparar adequadamente as próximas gerações!
Em anteriores artigos debrucei-me sobre a importância de tornarmos muito mais célere o nosso Sistema de Justiça e de conseguirmos diminuir os níveis de corrupção no país, problemas que os nossos políticos teimam em não querer atacar.
Para atingirmos os cruciais objectivos que nos propomos, necessitamos de implementar um novo tipo de relacionamento entre a Sociedade Civil e a classe política. Temos de começar pela Reforma da Lei Eleitoral para a Assembleia da República tal como a Constituição já permite desde 1997. É fundamental que um número elevado de Deputados seja escolhido pelo voto directo dos eleitores em Círculos Uninominais, em que é eleito o Deputado mais votado. Constituía-se assim uma Assembleia da República de muito valor, supervisionando de uma forma muito mais eficaz a acção governativa. Com esse tipo de Organização a classe Política governante aprenderia a ouvir os Deputados, pois, muitos deles, receberiam um mandato do Povo de forma directa.
O ex-deputado da Nação José Ribeiro e Castro acabou de fazer mais um trabalho notável. Apresentou recentemente um estudo com a distribuição dos 105 Círculos Uninominais pelo país, no seguimento de uma proposta de Assembleia da República com 229 Deputados, objecto do nosso “Manifesto: Por uma Democracia de Qualidade”. O importantíssimo documento com a distribuição dos círculos uninominais pode ser consultado em:
https://drive.google.com/file/d/1B7na_xS5ixqPQUqcHkjPuhu_NqXK53cj/view ou solicitado através do email: porumademocraciadequalidade@gmail.com
Empresário e Gestor de Empresas
Subscritor do “Manifesto: Por uma Democracia de Qualidade