Terminadas as eleições autárquicas, regresso às páginas deste diário, começando por responder às questões que aqui deixei em aberto no artigo de 27 de julho e que achei que nos acompanhariam durante o Verão.
Nele questionava-me como seria este início de Outono e se a meta traçada pela task force da vacinação seria alcançada.
E a resposta, como todos sabemos, é muito positiva. A meta foi alcançada, quase 85 por cento da população já foi vacinada, e o efeito da vacinação faz-se sentir com o regresso a uma quase normalidade.
Casos, incidência, internamentos, mortes, todos os números foram serenamente baixando no sentido inverso ao do aumento do número de vacinados.
Portugal não viveu as manifestações e confrontações negacionistas que abalaram outras cidades da Europa e do mundo, mas ainda presenciámos alguns episódios pouco edificantes protagonizados pelos (poucos) que negando a pandemia e recusando-se à vacina se consideraram no direito de tentar coagir outros a seguir o seu exemplo.
E, também neste ponto, os portugueses foram exemplares no civismo com que encararam o desafio e perceberam qual o caminho a seguir.
Questionava-me também se o certificado digital de vacinação passaria a acompanhar os mais banais atos da nossa vida. E a resposta é negativa. O que nos ajuda a encarar o futuro com mais confiança.
Quanto à resposta se Eduardo Cabrita ainda seria ministro da Administração Interna em outubro, todos sabemos que sim. Apagou-se durante os meses de Verão, cuidadosamente afastado de toda a campanha eleitoral do PS, como elemento incendiário que era bom não lembrar, ajudado por um ano sem grandes incêndios.
E a última pergunta que deixei nesse texto de julho, era se o esforço de muitos autarcas durante este ano e meio de pandemia, na ajuda e salvaguarda dos seus concidadãos, na continuação do seu trabalho mesmo perante um cenário tão adverso, seria reconhecido.
E sinto que foi.
A verdade é que as Comunidades que enfrentaram o maior desafio desta nossa democracia, souberam separar aqueles que, desde a primeira hora, disseram presente e quiseram dar um sinal de entrega e de coragem.
Termino com o que todos queremos compreender: Lisboa.
Na capital, o Partido Socialista não soube interpretar que, em 2017, a perda da maioria folgada que tinham era um sinal claro do descontentamento que se começava a sentir em Lisboa. Mantiveram o rumo em direção ao abismo.
Já o PSD, soube compreender ao longo desses quatro anos que o caminho tinha de ser outro. Rui Rio, por sugestão e empenho pessoal de Nuno Morais Sarmento, conseguiu um joker raro para o PSD: Carlos Moedas.
E Carlos Moedas conquistou a confiança dos Lisboetas e tem hoje a responsabilidade máxima na cidade.
Agora, o PSD tem de saber interpretar os resultados de 2021 para não cair no mesmo erro do PS em 2017.
Mas sobre isso falaremos numa próxima, “Verdade Inconveniente”.
Presidente da concelhia do PSD/Lisboa e presidente da Junta de Freguesia da Estrela