O Presidente Recep Tayyip Erdogan garantiu hoje que a Turquia está disponível para iniciar um diálogo com a Arménia, mas deve ser permitida uma circulação segura entre o Azerbaijão e o seu enclave de Nakhichevan.
A Turquia e a Arménia nunca estabeleceram relações diplomáticas e as suas fronteiras foram fechadas desde a década de 1990.
O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pachinian, disse estar "pronto" para negociar com a Turquia, no início de setembro.
"Se ele (Pachinian) quiser se encontrar com Tayyip Erdogan, então certas medidas devem ser tomadas", disse aos jornalistas o Presidente turco no aeroporto de Istambul, antes de deixar o país para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.
"Não estamos fechados à discussão (…), mas espero que prevaleça uma abordagem positiva, que as dificuldades entre o Azerbaijão e a Arménia sejam superadas com a abertura de corredores", acrescentou.
O presidente turco fazia referência à criação de um corredor que ligue o Azerbaijão ao enclave de Nakhichevan, no sudoeste da Arménia, na fronteira com a Turquia e o Irão.
A Turquia e a Arménia mantêm relações tensas, em particular devido à recusa de Ancara em reconhecer o genocídio dos arménios pelo Império Otomano durante a I Guerra Mundial.
Ancara reconhece os massacres, mas rejeita o termo genocídio, evocando uma guerra civil em Anatólia associada a uma fome, na qual morreram 300.000 a 500.000 arménios e outros tantos turcos.
As relações entre os dois países endureceram ainda mais devido ao conflito militar entre a Arménia e o Azerbaijão de língua turca, no outono de 2020, contra o enclave de Nagorno-Karabakh, durante o qual Ancara apoiou Baku.
A Arménia teve então de ceder territórios significativos a Nagorno-Karabakh, que havia controlado por décadas, sob um cessar-fogo negociado sob a égide de Moscovo, que colocou forças de manutenção da paz na região.
Durante a guerra, a Arménia acusou a Turquia de estar diretamente envolvida nos combates, o que Ancara nega.