Israel-Palestina. Ataque aéreo destrói edíficio da AP e Al Jazeera

Israel-Palestina. Ataque aéreo destrói edíficio da AP e Al Jazeera


Desde o início dos ataques de Israel à Palestina, já morreram mais de 181 pessoas. Israel registou 10 vítimas.


As forças armadas israelitas atacaram um edifício, este sábado, onde estavam instalados escritórios de organizações jornalísticas como agência de notícias Associated Press e o canal de televisão árabe Al Jazeera, um ataque que está a ser descrito como um atentado à liberdade de imprensa. Objetivo: cortar as comunicações da Palestina com o resto do mundo e dificultar as denúncias feitas por meios de comunicação.

No sexto dia consecutivo de ataques por parte de Israel, os militares alertaram o proprietário da torre que os civis tinham uma hora para evacuar o edifício de doze andares antes de lançar o ataque que provocou a sua derrocada.

“Este é um momento muito pessoal para todos nós. A ideia de que este local não existe é extraordinária de contemplar”, disse Harry Fawcett, correspondente do Al Jazeera em Jerusalém.

Além dos escritórios destes meios de comunicação, também existiam dezenas de apartamentos residenciais no edifício. “Deixámos o elevador para os mais velhos e as crianças evacuarem”, disse Youmna al-Sayed, jornalista freelancer palestiniana, à Al Jazeera.

“Tivemos que descer as escadas a correr e ajudávamos todas as crianças que encontrávamos pelo caminho. Ajudei duas crianças, filhas dos residentes, a descer, estavam todos a correr muito rápido”, acrescentou.

As forças armadas israelitas afirmam que existem “interesses militares por parte dos serviços de inteligência do Hamas” no edifício, uma justificação utilizada frequentemente para justificar estes ataques, e acusou o grupo de utilizar os jornalistas como “escudos humanos”, apesar de não ter oferecido provas para sustentar estas acusações.

Momentos depois do ataque, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, afirmando mais uma vez que defende “o direito de Israel à autodefesa”.

“Dissemos diretamente aos israelitas que garantir a segurança dos jornalistas e dos meios de comunicação independentes é uma responsabilidade extremamente importante”, escreveu no Twitter a porta-voz da administração norte-americana, Jen Psaki.

Desde que a mais recente onda de ataques israelitas começou, na segunda-feira, a maior desde a guerra de 2014 com o Hamas, mais de 181 pessoas, na sua maioria palestinianos, foram mortas. Em Israel, morreram 10 pessoas na sequência dos ataques do Hamas.

 

Israel afirma que atingiu casa do líder do Hamas

Os militares israelitas afirmaram que atingiram a casa do principal líder do Hamas em Gaza, Yehiyeh Sinwar, este domingo, após mais um forte ataque aéreo.

O general Hidai Zilberman, um porta-voz do exército, disse à rádio das forças armadas israelitas que os militares tinham como alvo a casa do mais importante líder do Hamas, que se encontra dentro do território e provavelmente se esconde junto com o resto da liderança do grupo, assim como o seu irmão, também um dos mais importantes membros do grupo.

Fontes da AFP confirmam que a casa localizada na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, foi efetivamente atingida.

Na passada sexta-feira, Netanyahu já tinha alertado que os ataques sobre a Faixa de Gaza iam continuar.

“Disse que infligiríamos um sério revés ao Hamas e a outros grupos terroristas. Eles pagam e vão continuar a pagar duramente. Ainda não terminou”, ameaçou Netanyahu, após uma reunião no Ministério da Defesa.