Fórmula E.  O príncipe das corridas!

Fórmula E. O príncipe das corridas!


António Félix da Costa puxou dos galões de campeão do Mundo de Fórmula E, e mostrou ao jet set mundial como se ganha uma corrida.


Feche os olhos por um instante e imagine um cenário de filme. Águas azul-turquesa, imponentes iates, carros de luxo, pessoas elegantes e milionários a cada metro quadrado. Esse cenário existe, chama-se Mónaco, e foi lá que António Félix da Costa deu uma lição na arte de bem conduzir.

O circuito de Monte Carlo sempre fez a diferença entre homens e meninos. Vencer neste traçado é o sonho de qualquer piloto, e isso era bem evidente na pressão que se sentia antes da partida. Apenas dois portugueses triunfaram no Mónaco. Félix da Costa foi o único a ganhar uma corrida com estatuto mundial, o outro piloto foi Álvaro Parente, que venceu na World Series by Renault.

Com uma exibição de luxo, o piloto venceu a corrida com mais glamour em todo o mundo. “Foi incrível. Vencer no Mónaco é uma sensação especial. Já tinha feito alguns pódios, mas agora foi diferente”, reconheceu o piloto que recebeu o troféu das mãos do Príncipe Alberto II.

Foi o mais rápido nos treinos cronometrados, andou na frente durante bastante tempo, cedeu o comando a Mitch Evans (Jaguar), mas, na última volta, com uma das mais belas e audazes ultrapassagens, repôs as coisas no seu lugar e venceu a primeira corrida da temporada com o monolugar da equipa sino-francesa DS Techeetah. “A corrida foi emocionante. Houve ultrapassagens arriscadas, mas a luta foi justa e os pilotos tiveram sempre um comportamento leal”.

Para chegar em primeiro, é preciso primeiro chegar, esta máxima do desporto automóvel assenta que nem uma luva a Félix da Costa. “Tinha três estratégias pensadas para a corrida, fiz uma gestão correta da energia para poder atacar no final. Quero agradecer aos fãs que me permitiram receber o Fanboost.» Esta competição possibilita a interação com os espetadores, e os seis pilotos mais votados nas redes sociais e no site da organização recebem um acréscimo de potência de 15 kW durante cinco segundos. Foi isso que aconteceu a Félix da Costa, que utilizou este bónus para concretizar uma ultrapassagem que o deixou em condições de lutar pela vitória.

Em relação ao momento quente da corrida, foi claro: “Ganhar desta forma deixa-me muito feliz. Fiz uma ultrapassagem muito arriscada, quando ataquei não tinha a certeza que conseguisse fazer a curva seguinte”.

Este triunfo e a forma como foi obtido pode ser o ponto de viragem de uma época que estava aquém das expectativas. “A vida nas corridas é assim mesmo. O início do ano foi complicado, mas a forma como soubemos manter a motivação e como nos reerguemos é que nos define”.

O piloto mostrou-se orgulhoso com o resultado obtido. “Portugal está a viver uma fase muito boa a nível desportivo, como vários atletas a conseguirem excelentes resultados em diferentes modalidades. Poder contribuir para esta fase é incrível”.

Com esta vitória, Félix da Costa fica apenas a 10 pontos do líder, e entra na luta pelo título mundial, embora consciente de que “cada vez é mais difícil vencer corridas, pois há grande equilíbrio entre equipas”.

O festival Félix da Costa chegou também ao pódio, onde fez questão de tirar a máscara para cantar o hino sempre agarrado à bandeira portuguesa, e, numa atitude de respeito, foi o único a cumprimentar o príncipe. Como que se isso não bastasse, abriu a garrafa de champanhe de forma invulgar (bateu violentamente com o fundo da garrafa no chão) apanhando os presentes desprevenidos, incluindo o Príncipe Alberto II e o presidente da FIA, Jean Todt. Nem os pilotos de F1 dão tanto espetáculo. Saiu em grande!

ACELERAR O FUTURO A Fórmula E é a competição automóvel mais ecológica do planeta na medida em que os monolugares têm motor 100% elétrico, com 338 cv, aceleram de 0 a 100 km/h em 2,8 s (o Fórmula 1 faz 2,6s) e atingem 280 km/h de velocidade máxima.

A vontade de acelerar em direção a um futuro elétrico leva a que grandes construtores como Audi, Porsche, BMW, Mercedes, Jaguar, Nissan e DS estejam presentes neste campeonato, composto por 15 corridas em traçados citadinos na Europa, América e Ásia. A Mclaren e a Alpine estão na porta de entrada para 2022.

Existem contatos para realizar uma corrida em Lisboa ou Cascais, aproveitando a presença de Félix da Costa. “Portugal é um mercado interessante para nós e queremos explorá-lo, especialmente após as exibições do António”, referiu um dos responsáveis da Fórmula E.