O vice-governador do estado do Amazonas, Carlos Almeida Filho, disse hoje que o alinhamento do governador do seu estado com o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, transformou Manaus num laboratório que criou a estirpe P.1 (amazónica) da covid-19.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Almeida Filho disse o governador do Amazonas, Wilson Lima, adotou medidas indicadas por Bolsonaro para alcançar a chamada imunidade de grupo através da contaminação da população por covid-19 após ser alvo de uma investigação policial.
"Quando houve envolvimento do governador na operação [da Polícia Federal] a estratégia foi mostrar alinhamento [com Bolsonaro]. Uma coisa era clara, a política era de afirmar que se tinha uma imunidade de rebanho. O que acabou acontecendo foi um laboratório e a [estirpe brasileira] P1 encontrou ambiente adequado", afirmou.
O vice-governador do Amazonas declarou que a crise de oxigénio em Manaus que aconteceu em janeiro e provocou a morte por asfixia de pacientes com covid-19 foi da responsabilidade do governador, que só acionou o Governo central "quando o cenário já era de terra arrasada".
"Quando o ministro [da Saúde, Eduardo Pazuello] chegou para resolver o problema, ele já estava criado. Mas que problema é esse? A política de contaminação para ter imunidade de grupo. Dizia-se no Amazonas que o convívio e contaminação geraria isso", disse Almeida Filho.