Orbán desafia Comissão Europeia a publicar contratos de compra de vacinas

Orbán desafia Comissão Europeia a publicar contratos de compra de vacinas


O governante húngaro sublinhou que o seu governo procedeu à publicação, na semana passada, dos contratos que negociou para a compra da vacina


O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, instou hoje a Comissão Europeia a publicar os contratos de compra de vacinas contra a covid-19 e criticou o facto de ser necessário o consentimento dos fornecedores para que tal aconteça.

 

"Os burocratas de Bruxelas falharam, pois assinaram contratos cujos detalhes não podem ser publicados sem o consentimento da outra parte", disse Orbán, numa entrevista à rádio pública Kossuth.

O primeiro-ministro húngaro voltou a responsabilizar a comissão pelos atrasos na entrega de vacinas aprovadas para a União Europeia (UE) e salientou que os responsáveis "devem provar, com contratos, que negociaram bem e assinaram contratos que servem os interesses do povo europeu".

Segundo Orbán, os problemas com o fornecimento de vacinas justificam que a Hungria tenha recorrido à compra do fármaco da chinesa Sinopharm e da russa Sputnik, sem esperar pela sua autorização por parte da UE.

O governante húngaro sublinhou que o seu governo procedeu à publicação, na semana passada, dos contratos que negociou para a compra da vacina.

"Conseguimos fazê-lo, uma vez que os contratos não contêm qualquer parágrafo em que os produtores proíbam a publicação", disse, defendendo a compra do fármaco chinês, apesar do preço elevado.

De acordo com o contrato divulgado, a Hungria, que encomendou cinco milhões de doses, paga 30 euros por cada vacina da Sinopharm, um preço muito superior ao que, de acordo com a imprensa, foi acordado pela UE com os laboratórios americano e alemão da Prizer/BioNTech, a 15,5 euros a dose, e com a anglo-sueca AstraZeneca, a 2,15 euros a unidade.