China ameaça retirar licença a advogados de ativistas de Hong Kong

China ameaça retirar licença a advogados de ativistas de Hong Kong


As ameaças de retirada da licença de advocacia são “obviamente uma vingança” pelo envolvimento no caso dos 12 ativistas de Hong Kong, defendeu a campanha #save12hkyouths (“salvem os 12 jovens de Hong Kong”).


As autoridades da China continental ameaçaram retirar a licença a dois advogados que ajudaram os 12 ativistas de Hong Kong, incluindo um luso-chinês, detidos em agosto no mar.

 

Segundo a organização chinesa de defesa dos direitos humanos Civil Rights and Livelihood Watch, Lu Siwei recebeu hoje uma notificação do Departamento de Justiça de Sichuan, no sudoeste da China.

O documento acusava o advogado de fazer comentários "inapropriados" na Internet, "prejudicando seriamente" a reputação da profissão e criando um "impacto nefasto" na sociedade.

Um outro advogado, Ren Qiuannu, tinha recebido a 31 de Dezembro uma notificação do Departamento de Justiça de Henan, no centro da China, a acusá-lo de violar a lei por aceitar um caso envolvendo "uma organização religiosa maligna".

As ameaças de retirada da licença de advocacia são "obviamente uma vingança" pelo envolvimento no caso dos 12 ativistas de Hong Kong, defendeu a campanha #save12hkyouths ("salvem os 12 jovens de Hong Kong").

Num comunicado, o movimento sublinha que Lu Siwei e Ren Qiuannu aceitaram representar os manifestantes a pedido dos familiares, uma nomeação recusada pelas autoridades judiciais de Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong.

A campanha acusa a China de usar os dois advogados como "um exemplo para ameaçar outros defensores dos direitos humanos" e conseguir que "mais ninguém se atreva a participar em casos sensíveis politicamente".

Oito dos 12 jovens, entre os quais o luso-chinês Tsz Lun Kok, foram considerados culpados de "travessia ilegal" das águas da China continental e condenados a sete meses de prisão a 30 de Dezembro. Dois dos ativistas foram também considerados culpados de organizar a passagem ilegal da fronteira e condenados penas entre dois e três anos de prisão. Os restantes dois jovens foram devolvidos a Hong Kong, por serem menores de idade.