Estes dias que antecedem o Natal costumam ser de verdadeira correria aos centros comerciais. Os portugueses nunca se notabilizaram pelo bom planeamento e, à medida que a data se aproxima, são aos milhares os que tomam de assalto esses espaços na demanda de presentes de última hora. Se noutros anos isso era apenas uma manifestação incómoda de uma certa boçalidade, em plena pandemia o assalto aos centros comerciais pode acarretar outras consequências mais graves. Parece-me evidente que ao decidir-se pelo recolher obrigatório nalguns fins de semana e feriados cruciais de dezembro o Governo só promoveu a concentração de pessoas que poderiam ter feito as suas compras mais espaçadamente caso os horários de abertura do comércio fossem alargados. Mas, além disso, empurrou muitas dessas compras mais para diante. Ou seja, é quando se vivem talvez os dias mais complicados e decisivos da pandemia que, apertados pelo tempo, nos enfiamos ao monte nos centros comerciais, nos supermercados e em filas indianas onde o cumprimento do distanciamento fica ao critério do grau de civismo de cada um.
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.