Em março, o país e a Europa entravam em confinamento obrigatório para combater o galopante novo coronavírus. Os estudantes internacionais viram-se presos nos países onde se encontravam, longe de casa e das famílias. Após um verão em que as infeções reduziram e o contexto internacional parecia otimista, foram levantadas as limitações fronteiriças na Europa, e o Programa Erasmus+ retomou uma relativa normalidade. Afinal parecia possível ainda fazer Erasmus num ano perdido para tantos outros planos e viagens.
O Conselho Europeu (CE) definiu um guia para estudantes que fossem realizar esta experiência durante a época pandémica. O objetivo primordial: “a segurança e a proteção de todos os participantes no Erasmus+ e no Corpo Europeu de Solidariedade”. Milhares de portugueses puderam assim partir nos últimos meses para participar em programas de intercâmbio em outros países europeus. Com o aumento de casos que se fez sentir em novembro, o panorama escureceu, mas o programa não foi suspenso, e com ele os milhares que fizeram as malas enfrentam agora o revés das limitações à mobilidade nos países que os receberam. E há quem vá passar o Natal longe de casa. Inês e Ana contaram ao i as suas experiências. Têm valido a pena, mas por motivos agora diferentes dos Erasmus de outros anos.
Quando o destino é um campo de refugiados Inês Loureiro Pinto, 22 anos, é de Braga e partiu para terras gregas no início de dezembro. Licenciada em Ciências da Comunicação na Universidade do Porto, aventurou-se a um trimestre de voluntariado na ONG Vasilika Moon, que iniciou este ano um acordo com o programa Erasmus+ e que trabalha com refugiados que estão neste momento no campo de Corinto, na Grécia.
O destino era este, mas o país apertou as medidas de combate à covid-19 e o mundo de Inês limitou-se ao quarteirão em que está alojada em Xylokastro, a meia hora do Campo de Refugiados de Corinto, com pontuais viagens ao Centro Comunitário instalado pela ONG, nas redondezas do campo, bem como à capital grega e a outras cidades próximas. O campo está interdito a entidades exteriores, pelo menos até janeiro do próximo ano. Inês viu assim o trabalho “mudar drasticamente”, uma vez que o objetivo inicial era participar em atividades no centro comunitário da ONG, com crianças e jovens do campo, bem como organizar eventos e ajudar a dar algumas aulas. Com o campo fechado e as atividades canceladas, o trabalho resume-se a fazer “o que for preciso”, conta ao i, como a distribuição de alimentos e o registo de pessoas em situações precárias.
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