As mulheres estão a virar homens


Quanto mais olho à minha volta, mais observo que o mundo não mudou assim tanto. O que mudou foi o papel que foi transferido das mulheres para os homens e vice-versa.


Molière escreveu que a maior ambição das mulheres era inspirar o amor. E a dos homens?

Não há mulher que não sinta vontade de ser amada, assim como os homens sentem esta mesma pulsão. Mas até que ponto a necessidade de inspirar amor nos outros é comum aos dois? A exigência feminina é, frequentemente, apelidada de procura “quixotesca” pelo romantismo, revestido de uma demanda pela perfeição. Não é à toa que muitas mulheres sonham com o príncipe perfeito e com o dia em que tal personagem chega e entra de rompante nas suas vidas, sucumbindo-as à ilusão da figura perfeita.

O pragmatismo masculino não se perde com sonhos e construções efabulados sobre a sua cara metade. Quanto muito têm uma lista de qualidades/atributos que consideram indispensável naquela que será a eleita para o compromisso. Desenganem-se se pensam que os vou acusar de terem na sua lista algo como 90-60-86, loura, doce e de lábios carnudos. Isto não seria sinónimo de pragmático, mas sim de sonhador, já que mulheres, com estas características, se contam por um dedo e não há suficientes para os quase 4 mil milhões de homens que habitam o planeta (dos 0 aos 100 anos). Talvez tendo consciência deste fator, os homens são mais racionais nos seus critérios e, a meu ver, muito pouco mudou desde o tempo das nossas avós.

As revoluções feministas que se viveram no último século podem bem ter atraiçoado o papel da mulher e as vocações interiores que a preenchiam e davam mais significado à breve passagem por esta vida. (Acalmem-se as feministas que procuram a pente fino textos como este para destilarem a sua doutrina, recheada de direitos adquiridos com o sofrimento de muitas mulheres!)

Quanto mais olho à minha volta, mais observo que o mundo não mudou assim tanto. O que mudou foi o papel que cada um desempenhava e que foi transferido das mulheres para os homens e vice-versa. E também aqui não vejo grande problema desde que seja consentido e, que na organização familiar, os dois definam esta gestão e divisão de tarefas. Se os dois estiverem de acordo, tudo permanece harmonioso e vai-se desenrolando, a favor de todos os que fazem parte da família.

Relembrando os Manuscritos de 1844, em que Karl Marx definia que a primeira organização da sociedade acontecia na relação entre o homem e a mulher, depois na família e só depois se transferia para a comunidade, sendo esta ultima um reflexo da primeira forma de organização, hoje temos uma organização inédita entre homens e mulheres que já se estende aos meios profissionais em muitas áreas e, com o tempo, será possível observar esta dinâmica relacional nas restantes áreas que ainda não foram atingidas por este movimento imparável.

A verdadeira justiça desta luta pela igualdade entre os homens e as mulheres reside no facto de nada ser vedado às mulheres e das oportunidades de realização pessoal serem iguais para todos os indivíduos, não obstante o seu género. A grande vitória foi alcançada com esta premissa não diferenciadora e abrangente a todos nós, ao mesmo tempo que deixou para trás um legado redutor para as mulheres, o qual circunscrevia a sua existência e atividade a limites rígidos e acanhados, rejeitando todo e qualquer contributo que poderiam ter no crescimento do capital humano da sociedade.

Regressando a Molière: e as mulheres que ambicionam inspirar o amor? Que lugar têm neste novo formato de organização da sociedade? Custa-me o repudio de outras mulheres perante aquelas que escolhem cuidar dos outros. Não escrevi família, nem filhos, nem maridos, porque há por aí muitas mulheres que são cuidadoras por natureza. Há as que cuidam dos seus e há as que cuidam também dos outros. E fazem-no com uma dedicação que só pode vir do amor que as alimenta e lhes dá o alento para o fazer.

Estamos a cair na armadilha de vulgarizar o papel de todas as mulheres, numa tentativa desesperada de cortar com o passado e renegar o legado que nos foi transmitido pelas as nossas antepassadas (anteriores às revoluções feministas). Seremos traídas pela voracidade intempestiva de ocuparmos o lugar dos homens, deixando o nosso posto vazio ou, por necessidade, empurrarmos os homens para o único local de fuga possível depois de uma ocupação forçada do território masculino.

Por que nos perdemos tanto a falar de igualdade para as mulheres, quando temos mulheres que beneficiando deste direito, criticam as outras no exercício dessa mesma igualdade, sem qualquer respeito pela sua individualidade. Uma igualdade comunista e operária que não distingue os direitos da Mulher, somente das mulheres. Haja mais mães de família, se assim quiserem, mais missionárias, mais políticas, mais empresárias, mais ativistas… sejam o que quiserem e puderem ser, dentro do amor que possam inspirar nos outros, e não se deixem definir pelo dinheiro que levam para casa. Esse era o modelo masculino que existia e que ditava a relação de poder entre homens e mulheres.

Escreve quinzenalmente

As mulheres estão a virar homens


Quanto mais olho à minha volta, mais observo que o mundo não mudou assim tanto. O que mudou foi o papel que foi transferido das mulheres para os homens e vice-versa.


Molière escreveu que a maior ambição das mulheres era inspirar o amor. E a dos homens?

Não há mulher que não sinta vontade de ser amada, assim como os homens sentem esta mesma pulsão. Mas até que ponto a necessidade de inspirar amor nos outros é comum aos dois? A exigência feminina é, frequentemente, apelidada de procura “quixotesca” pelo romantismo, revestido de uma demanda pela perfeição. Não é à toa que muitas mulheres sonham com o príncipe perfeito e com o dia em que tal personagem chega e entra de rompante nas suas vidas, sucumbindo-as à ilusão da figura perfeita.

O pragmatismo masculino não se perde com sonhos e construções efabulados sobre a sua cara metade. Quanto muito têm uma lista de qualidades/atributos que consideram indispensável naquela que será a eleita para o compromisso. Desenganem-se se pensam que os vou acusar de terem na sua lista algo como 90-60-86, loura, doce e de lábios carnudos. Isto não seria sinónimo de pragmático, mas sim de sonhador, já que mulheres, com estas características, se contam por um dedo e não há suficientes para os quase 4 mil milhões de homens que habitam o planeta (dos 0 aos 100 anos). Talvez tendo consciência deste fator, os homens são mais racionais nos seus critérios e, a meu ver, muito pouco mudou desde o tempo das nossas avós.

As revoluções feministas que se viveram no último século podem bem ter atraiçoado o papel da mulher e as vocações interiores que a preenchiam e davam mais significado à breve passagem por esta vida. (Acalmem-se as feministas que procuram a pente fino textos como este para destilarem a sua doutrina, recheada de direitos adquiridos com o sofrimento de muitas mulheres!)

Quanto mais olho à minha volta, mais observo que o mundo não mudou assim tanto. O que mudou foi o papel que cada um desempenhava e que foi transferido das mulheres para os homens e vice-versa. E também aqui não vejo grande problema desde que seja consentido e, que na organização familiar, os dois definam esta gestão e divisão de tarefas. Se os dois estiverem de acordo, tudo permanece harmonioso e vai-se desenrolando, a favor de todos os que fazem parte da família.

Relembrando os Manuscritos de 1844, em que Karl Marx definia que a primeira organização da sociedade acontecia na relação entre o homem e a mulher, depois na família e só depois se transferia para a comunidade, sendo esta ultima um reflexo da primeira forma de organização, hoje temos uma organização inédita entre homens e mulheres que já se estende aos meios profissionais em muitas áreas e, com o tempo, será possível observar esta dinâmica relacional nas restantes áreas que ainda não foram atingidas por este movimento imparável.

A verdadeira justiça desta luta pela igualdade entre os homens e as mulheres reside no facto de nada ser vedado às mulheres e das oportunidades de realização pessoal serem iguais para todos os indivíduos, não obstante o seu género. A grande vitória foi alcançada com esta premissa não diferenciadora e abrangente a todos nós, ao mesmo tempo que deixou para trás um legado redutor para as mulheres, o qual circunscrevia a sua existência e atividade a limites rígidos e acanhados, rejeitando todo e qualquer contributo que poderiam ter no crescimento do capital humano da sociedade.

Regressando a Molière: e as mulheres que ambicionam inspirar o amor? Que lugar têm neste novo formato de organização da sociedade? Custa-me o repudio de outras mulheres perante aquelas que escolhem cuidar dos outros. Não escrevi família, nem filhos, nem maridos, porque há por aí muitas mulheres que são cuidadoras por natureza. Há as que cuidam dos seus e há as que cuidam também dos outros. E fazem-no com uma dedicação que só pode vir do amor que as alimenta e lhes dá o alento para o fazer.

Estamos a cair na armadilha de vulgarizar o papel de todas as mulheres, numa tentativa desesperada de cortar com o passado e renegar o legado que nos foi transmitido pelas as nossas antepassadas (anteriores às revoluções feministas). Seremos traídas pela voracidade intempestiva de ocuparmos o lugar dos homens, deixando o nosso posto vazio ou, por necessidade, empurrarmos os homens para o único local de fuga possível depois de uma ocupação forçada do território masculino.

Por que nos perdemos tanto a falar de igualdade para as mulheres, quando temos mulheres que beneficiando deste direito, criticam as outras no exercício dessa mesma igualdade, sem qualquer respeito pela sua individualidade. Uma igualdade comunista e operária que não distingue os direitos da Mulher, somente das mulheres. Haja mais mães de família, se assim quiserem, mais missionárias, mais políticas, mais empresárias, mais ativistas… sejam o que quiserem e puderem ser, dentro do amor que possam inspirar nos outros, e não se deixem definir pelo dinheiro que levam para casa. Esse era o modelo masculino que existia e que ditava a relação de poder entre homens e mulheres.

Escreve quinzenalmente