Um “valor incalculável”. Estimou-se na altura que valessem qualquer coisa como mil milhões de euros, mas segundo explocava Marion Ackermann, diretora dos museus da cidade, era um valor impossível de aferir o dos três conjuntos de jóias do século XVIII com diamantes e rubis em novembro do ano passado roubados do museu Grünes Gewölbe (Cofre Verde, em português), na cidade de Dresden, no Leste da Alemanha. Em janeiro deste ano, algumas das jóias resultantes do assalto apareceram à venda num site alojado na dark web por 9 milhões de euros. A descoberta foi feita pela israelita CGI, uma empresa especializada em cibersegurança, cujos funcionários terão na altura trocado mensagens num chat com indivíduos que pretendiam vender algumas das jóias, numa transação a ser feita em bit coin.
Na altura do assalto, a polícia de Dresden divulgou o vídeo das câmaras de vigilância, no qual era possível ver os ladrões em ação, depois de terem serrado o gradeamento de uma janela do rés-do-chão do lado da Rua Sophien. Foi por volta das 4h58 da manhã (hora local), que os homens entraram na sala e partiram as vitrinas, mas, ao invés de se fixarem nas jóias mais famosas, escolheram aquelas peças que podem ser desmanteladas e descaracterizadas para serem posteriormente vendidas, o que gerou um enorme receio sobre a possibilidade de as jóias poderem ter ficado perdidas para sempre. Entre as jóias roubadas estava aquele que é conhecido como o Diamante Branco da Saxónia um diamante de 49 quilates.
Sabia-se que pelo menos quatro homens tinham entrado no museu. Um ano depois do assalto, o Ministério Público alemão anunciou esta semana a detenção de três indivíduos de nacionalidade alemã “fortemente suspeitos” de terem participado no assalto. As detenções ocorreram na sequência de uma grande operação levada a cabo em várias regiões do país.
Construído no século XVI, o edifício do Grünes Gewölbe alberga uma das mais importantes coleções de jóias existentes na Europa. Parcialmente destruído durante a II Guerra Mundial, num bombardeamento dos Aliados a 13 de fevereiro de 1945, o histórico castelo-palácio Residenzschloss da Saxónia foi posteriormente reconstruído. Mas o Exército Vermelho havia entretanto levado parte da sua coleção para a União Soviética. Só em 1958 as peças seriam devolvidas à então República Democrática Alemã e restituídas ao museu.